A primeira vez nunca se esquece, e eu hei de guardar para sempre na memória o momento em que, no verão passado, usei pela primeira vez uma máscara esfoliante de pés. Pelos bons e pelos maus motivos. Nada tema, se não tivesse sobrevivido não estaria a ler-me. Mas dizer que foi uma experiência curiosa é subvalorizar a situação. Se a leitora já alguma vez experimentou uma máscara destas, sabe perfeitamente do que é que eu estou a falar. Se nunca experimentou, acredito que, no final deste texto, vá querer fazê-lo.
Pés de inverno
Os meus pés nunca me deram demasiado trabalho. Com a idade, comecei apenas a criar mais calosidades na palma do pé. Nada que não se resolva na manutenção da pedicure. Não adoro verniz de gel nas mãos, mas sou adepta fervorosa do uso desta técnica nos pés. Há, para mim, algo de luxuoso na ideia de ter sempre os pés arranjados. Talvez por ser uma zona que nem sempre está à vista – principalmente durante as temporadas frias. Saber que o detalhe de um verniz imaculado está sempre em dia, dá-me um conforto extra.
Vernizes à parte, não há como negar que, durante o verão, os pés têm especial destaque. E é perfeitamente normal chegar a esta fase do ano com os pés mais desidratados, com alguma pele morta em excesso. E era nessa situação que eu estava, no verão passado, quando enviaram para a redação a (1) Xerial Peel da SVR (€20,93), uma máscara esfoliante de pés. Nunca tinha experimentado nenhum produto deste género, mas rapidamente lhe reconheci valor. “No fim de semana vou experimentar”, decidi.
Máscaras esfoliantes para os pés
Se a leitora não está familiarizada com este tipo de produto, as máscaras esfoliantes para pés são literalmente umas meias de plástico que, no interior, têm uma formulação tipicamente em gel, com uma concentração elevadíssima de ativos esfoliantes, como os AHAs, ácido glicólico, ácido lático e outros que tal. Prometem uma ação esfoliante e a eliminação tanto de células mortas como do excesso de calosidades. Até aqui, tudo bem. É exatamente de uma coisa destas que todas precisamos, antes de começar a usar sandálias e sapatos mais abertos.
No fim de semana, calcei as ditas meias de plástico e segui as instruções da embalagem: usá-las durante uma hora. Quando o temporizador deu sinal, tirei as meias, mergulhada numa curiosidade e expectativa enormes. Se fiquei surpresa? Não. Os pés estavam praticamente iguais. Talvez com um aspeto mais hidratado, mas só isso. Não dei demasiada importância e segui com a minha vida. Estava, porém, longe de adivinhar o que aconteceria a seguir. Inocência minha, que não raciocinei ao ponto de perceber que o resultado deste tipo de produtos só é visível ao fim de vários dias. E foi. Oh se foi!
O resultado
Ao fim de 5 dias, os meus pés começaram a pelar. Primeiro uma descamação ligeira na zona na planta do pé. Depois nos dedos. Depois no calcanhar. Quando percebi, tinha a pele toda (to-da!) da planta do pé a cair aos pedaços. Aos pedaços grandes. Tal qual uma cobra a mudar de pele. Ao ponto de até o homem cá de casa me perguntar o que se estava a passar e o que eram as “películas de plástico” que encontrou no chão da casa de banho.
Não há como não ser visual ao explicar o que acontece quando se usam umas meias destas. Subestimei redondamente o efeito peeling que o produto prometia. Ao fim de 10 dias, os meus pés eram outros – literalmente. A camada de pele superficial caiu na totalidade, deixando à vista uma nova camada, mais fina, mais bonita, mais hidratada. A lembrar pele de bebé. Um ‘começar do zero’. Uma nova oportunidade de tomar conta desta nova pele com a atenção e carinho que ela merece.
Juízo Final
Não sei o que acontece quando se põem os pés num daqueles tanques cheios de peixes pequeninos porque 1) tenho fobia a peixes e 2) tenho muitas cócegas. Acredito que o resultado não deva ser melhor do que aquele que consegue ao utilizar as máscaras de que lhe falo – no conforto de casa e sem garra rufa esfomeados.
Conseguindo ultrapassar o trauma que é ver a pele dos pés a cair, estas máscaras são bem capazes de passar a ser um essencial. E, verdade seja dita, o susto que apanhei está inteiramente relacionado com o facto de não estar à espera de um processo como este. A leitora, que já vai avisada, tem tudo para ter até uma experiência quase prazerosa, à medida que vai vendo a nova camada de pele a aparecer, por entre as escamas em que a anterior fica.
Deixo, na galeria a seguir, várias sujestões do mesmo tipo de produto. Todas prometem o mesmo: um efeito peeling. Há opções de todos os preços, o que me leva a crer que vale mesmo a pena experimentar. A única condição é que se lembre de mim, e que tente imaginar o meu ar petrificado, quando vir com os seus próprios olhos o significado literal de “efeito peeling”.
*Os preços e pontos de venda dos artigos anunciados são representativos. Os preços podem variar e os produtos podem ser adquiridos em diferentes lojas (físicas ou online).
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Tudo o que precisa de saber em Beleza, pela jornalista Carmo Lico. Pele, perfumes, maquilhagem e cabelo: as novidades, os indispensáveis e os que o vão passar a ser, assim que os conhecer.