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O melhor projeto em que jamais trabalharás és tu mesma.
Muitas vezes que inicio um projeto e conheço os meus clientes, confirmo que a decisão de fazer mudanças em casa e investir num projeto é sempre um momento de viragem de capítulos das suas vidas. Ao analisar como vivem, o que vejo realmente ser necessário transformar versus o que os clientes querem mudar, dou-me conta que, sem dúvida, um dos fatores de sucesso num projeto de Interiores é quando os clientes realizam que transformar uma casa não é o suficiente para sentir aquela ‘mudança’ que procuram: só acompanhando essa transformação com uma atualização também de si mesmo é que há alinhamento total. Afinal, fazemos upgrade dos nossos telefones, guarda-roupa, frigorífico, carros… Mas quando é que paramos para pensar no que temos de fazer para conseguirmos um upgrade interno? O nosso corpo é a nossa casa e a nossa mente também. Às vezes há clientes que me dizem que se sentem desconfortáveis na casa onde vivem e não percebem porquê, mas eu vejo claramente em alguns deles que a casa onde não se sentem confortáveis é neles mesmos primeiro. Não estão a viver na sua essência, na sua verdade. Podem comprar todos os móveis do mundo, pintar a casa da cor que quiserem, e mesmo assim esse desconforto vai voltar e eles não vão perceber porque ainda se sentem assim. Quando se vive a repetir padrões, em vez de se os criar, isso acontece. Esse desconforto é o primeiro sinal que precisa de algo diferente, seu.
Mas quando é que paramos para pensar no que temos de fazer para conseguirmos um upgrade interno? O nosso corpo é a nossa casa e a nossa mente também.
Corpo-Mente-Casa. Mente-Casa-Corpo. É o seu projeto: vida. A diferença entre onde está e onde quer estar é o que decide fazer todos os dias para lá chegar. Para o concretizar. Onde e como escolhe viver? Que pessoas segue, o que lê, quais os mentores e páginas inspiradoras que procura? Que escolhas faz diariamente para analisar o que tem em si que não é seu mas veio por empréstimo de quem a criou ou quem a acompanhou na vida até agora? O que está a fazer para largar maus hábitos e criar novos moldes que a ajudem a atingir o seu próximo capítulo, a sua versão 2.0, mais segura, mais completa, mais confortável?
Podemos não ter controle sobre tudo, mas temos controle sobre como reagimos a tudo.
Um projeto de Interiores é feito de escolhas e um projeto Vida também. As nossas respostas e reações a cada momento contribuem para essa meta. As expressões que escolhemos transmitir na nossa cara, a entoação da nossa voz quando chegamos, quando falamos, quando inspiramos ou quando orientamos quem nos acompanha. Tudo alimenta, segundo a segundo, o nosso cérebro. Está tudo sob o nosso controle. Podemos não ter controle sobre tudo, mas temos controle sobre como reagimos a tudo. Um projeto é feito de escolhas e a nossa casa-mente-corpo também. As escolhas diárias de nutrição, as escolhas pessoais e profissionais, a essência real e autêntica do nosso carácter, seja com ou sem pessoas à nossa volta. A qualidade dos nossos pensamentos conta, a qualidade das nossas relações e das nossas decisões também. O que fazemos porque é a nossa essência e não a essência dos outros. Parar de pedir desculpa quando se faz algo que vem de nós (algo bastante comum em Portugal e que nós, portugueses, temos de deixar de fazer), e começar a abraçar e orgulharmo-nos das nossas decisões. Ocupar espaço é ter mais presença, e mais essência também. Sem desculpas.
A vida não nos acontece a nós, a vida acontece através de nós – e nós somos os autores e criadores do melhor projeto que alguma vez vamos criar e fazer acontecer.
Esta crónica foi originalmente publicada na ACTIVA de novembro. Todos os meses podem ler na revista ACTIVA um novo Notebook de Gracinha Viterbo.
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