A pandemia levou-nos a uma realidade que nunca tínhamos vivido ou sentido: o confinamento geral. Uma novidade que criou um sentimento de união em torno do desconhecido. Adaptámo-nos da melhor forma, copiámos outras pessoas, cooperámos e tivemos empatia para com os outros em prol de um bem maior, ou seja, da saúde pública. Desconfinámos lentamente, matámos algumas saudades – sem toque, sem exageros – e alimentámos um pouco a alma.
E, então… eis que nos vemos novamente a confinar.
É verdade que já não se trata de uma estreia, mas já acusamos cansaço de vivermos sem aquilo que nos caracteriza enquanto humanos (afeto, toque, liberdade, etc.). O recolhimento domiciliário e a impossibilidade de fazermos aquilo que nos apetece faz-nos reavaliar relações, a vida profissional e familiar e os nossos objetivos, sendo que, muitas vezes, começamos a colocar tudo em causa.
É neste seguimento que aproveito para recordar que a mente é uma arma de transformação e é necessária à criação de hábitos que transmitam e recuperem a tranquilidade. A saúde mental torna-se o principal elemento e é importante que consiga aproveitar este tempo que lhe é dado da melhor forma.
Aprenda a desligar e crie tranquilidade
A nossa mente funciona por associações. Rapidamente associamos o que sentimos na primeira fase de confinamento a esta nova fase, mas podemos e devemos criar novas correlações. Sabemos que a comunicação social vai entrar todos os dias em nossa casa, seja com notícias nada positivas, números assustadores de infetados, ou dados preocupantes da economia, e que isso vai fazer disparar a nossa ansiedade, medos e pensamentos tóxicos no dia-a-dia. Por conseguinte, surge medo em relação ao futuro. Temos de ser diretos com a nossa mente: esta é a nossa realidade e não a podemos alterar. Estamos conscientes do que se passa, e de que isto é um ciclo, e esta é a certeza que temos de manter, porque as coisas são mesmo assim. É necessário criarmos a nossa própria tranquilidade.
Sentir-se desmotivado é normal
Neste momento, o segredo é evitar que se torne refém de pensamentos negativos ou tóxicos. Não deixar que estes o controlem e o façam parar ou sofrer. Como podemos fazer isso? Ao viver na realidade do aqui e agora, que não é tão simples quanto escrever sobre ela. Trata-se de um exercício diário; de uma adaptação para controlar o que pensamos e as associações que fazemos. É o não pensar em como vai ser o futuro, pois ninguém o sabe, mas todos o podemos criar.
Manter uma rotina de hábitos saudáveis
Porque não meditar? Quinze minutos ao sol na varanda, ou na janela, serão o suficiente para diminuir o stress e fortalecer a imunidade. Aproveite para ouvir música e dançar, adote um estilo de vida mais saudável – aquele que já está a considerar há algum tempo, mas que ainda não teve tempo de concretizar –, socializar ou procurar atividades criativas online com amigos e família.
Planos para o futuro
Aproveite esta fase para recuperar sonhos que estavam esquecidos na gaveta por falta de tempo, ou até mesmo de coragem. Agora, com mais tempo livre, pode olhar para eles sem medos e decidir a melhor forma de cumpri-los.
Aproveite o momento
Como a mente funciona por associações, a fórmula é a criação de novos hábitos. E porque não adaptar a prática de desporto em casa? Também pode ler livros e experimentar uma nova atividade como, por exemplo, pintar, aprender a tocar um instrumento. Faça da distância física uma aproximação de sentimentos e a mente criará outro tipo de associações sobre estar em casa durante o confinamento.
A mente é a sua melhor arma. Carregue-a e use-a da melhor forma. Um dia, compreenderá que fez parte da História do mundo.