Há 200 anos, a Mulher não era respeitada nem ouvida. Iniciou-se há apenas um século a conquista do poder de cada Mulher. Uma Mulher do século XIX, ou até mesmo do início do século XX, jamais imaginaria que no milénio em que vivemos conquistaria a possibilidade de ganhar o seu próprio dinheiro, escolher a roupa que queria vestir, conduzir, estudar, ser uma Mulher empreendedora e vitoriosa nas suas conquistas de carreira.
Mais do que isso, atualmente, a Mulher está na posse de liberdade para a tomada de decisões: ter ou não ter filhos, casar ou não casar, viajar ou ficar. Já não existem regras ubiquitárias e padronizadas: cada Mulher pode exercer o seu direito de ser apenas uma pessoa com vontades, com direitos, com liberdade para sonhar, desafiar-se e alcançar as suas metas.
O meu sonho sempre foi ser Cirurgiã Plástica. Tive a sorte de ter nascido no século certo. Entre outras conquistas a que me propus, claramente não foram apenas o esforço, o método e o estudo que me trouxeram a onde me encontro hoje – foi também todo o desbravar de terreno, de desafiar preconceitos e de alcançar vitórias que todas as Mulheres “rebeldes” que vieram antes de mim alcançaram. Devemos-lhes uma grande ‘Obrigada’.
Ainda há muito para conquistar, nomeadamente no âmbito dos direitos no trabalho. Costumo dizer que se a Cirurgia Plástica fosse uma pessoa, ela era uma Mulher. Não só por ter o artigo nominativo feminino, mas também porque é a especialidade médica que mais evoluiu em paralelo com a emancipação da Mulher.
Graças à Cirurgia Plástica, na década de 70-80 do século XX, a Mulher conquistou “o direito” de reconstruir o seu corpo por uma amputação como aquela que sofreu por cancro de mama. Até lá, a Cirurgia Plástica na sua origem tinha servido essencialmente os homens, os combatentes das grandes guerras mundiais, feridos e amputados.
O surgimento de novas técnicas menos caras e invasivas no âmbito da Cirurgia Plástica permite que, hoje, mais do que nunca, a Cirurgia Plástica se apresente como um exercício do direito de liberdade da Mulher. Esta é uma especialidade médica com um grande foco na saúde mental e na reconstrução da autoestima das Mulheres (e não só), seja através de técnicas menos invasivas, quer através de técnicas mais cirúrgicas – o objetivo é alcançar um equilíbrio entre o bem-estar mental e a forma como cada uma de nós se vê ao espelho.
Actualmente, fruto do acesso à informação de qualidade e da liberdade financeira conquistada, são várias as Mulheres que me procuram para fazer correções de situações que sempre as incomodaram (já operadas ou não), para cuidarem da sua beleza natural e para aprenderem a envelhecer de forma cuidada, ajustada à sua
idade. A Cirurgia Plástica permite à mulher reconquistar de volta o seu corpo, quando depois de ter gerado e alimentado os filhos, de ter sofrido as variações hormonais inerentes ao seu género, de ter chorado sem conseguir conter, volta a precisar de se apaixonar por si novamente. Primeiro vimos sempre nós. Porque cada uma de nós tem dentro de si uma Mulher com um M do tamanho do mundo que tanto mere