Sabemos que não é possível impedir completamente o surgimento de uma demência. Contudo, através da escolha de um estilo de vida saudável, o mais precocemente possível, podemos evitar doenças entre as quais uma demência.
O nosso corpo funciona como um todo e, para além dos cuidados que temos com a nossa alimentação, higiene pessoal e cumprimento da medicação prescrita, é importante dedicarmos atenção à nossa mente e ao nosso funcionamento psíquico.
É possível adotar mudanças saudáveis nos estilos de vida que proporcionem bem-estar e melhoria na qualidade de vida:
– Os hábitos alimentares contribuem fortemente para a nossa saúde, pelo que devemos consumir alimentos diversificados que incluam leite e seus derivados, hortaliças, legumes, leguminosas, frutas (incluindo os frutos secos), optar por peixe e carnes brancas. Evitar os alimentos processados, excessivamente salgados e açucarados e bebidas alcoólicas em excesso. Na confeção dos alimentos devemos evitar os fritos optando por cozidos, estufados e grelhados. É muito importante ingerir água em abundância ao longo do dia e não apenas quando se tem sede.
– A atividade física influencia e tem impacto na qualidade de vida e deve ser realizada de forma confortável, adequada e regular. Sempre que possível, devem ser privilegiadas as atividades ao ar livre, evitando os horários com temperaturas extremas. A prática da atividade física pode incluir: jardinar, andar de bicicleta, caminhar, dançar, correr, nadar… As atividades desportivas devem ser orientadas por um profissional qualificado e adequadas à sua condição de saúde. As atividades escolhidas devem ir ao encontro dos gostos pessoais.
– O sono é fundamental para a nossa saúde. Devemos fomentar uma rotina de sono saudável: manter um horário para dormir e levantar; o quarto de dormir deve ter uma temperatura amena, ausência de ruído e luminosidade intensa; evitar a ingestão de café e bebidas com cafeína cerca de 6 horas antes de dormir; evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e grandes quantidades de alimentos ao jantar; não usar o telemóvel e outros aparelhos electrónicos, nem ver televisão no quarto.
– Para que o nosso cérebro nos seja sempre fiel e fiável, deve ser estimulado de diversas formas: exercícios de raciocínio, como palavras cruzadas, sudoku, sopa de letras, puzzles, jogos de xadrez, damas, cartas, leitura, escrita, conversação e canto. Os trabalhos manuais, para além de criativos, também proporcionam estimulação cognitiva e salpicam a vida com momentos diversificados e gratificantes: bordar, pintar, tricotar, desenhar, fazer crochet, costurar, fazer bricolage…
– Ao longo do tempo compreendemos a importância das outras pessoas nas nossas vidas, sejam eles familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos e aqueles com quem partilhamos gostos e interesses. Podemos fomentar momentos de convívio e lazer através da participação em clubes desportivos, recreativos, sociais, culturais e atividades de voluntariado. Devemos privilegiar os momentos de convívio com aqueles que mais amamos, numa atmosfera tranquila, com aconchego e conforto.
– O contacto com a natureza produz melhorias físicas e psíquicas. No nosso país podemos usufruir das belas praias, serras, florestas, reservas e parques naturais. Nas cidades podemos caminhar, jogar, correr, fazer piqueniques, desfrutando dos jardins, parques urbanos, ciclovias, passadiços junto ao rio ou mar… ou então ficar a contemplar a natureza deixando-nos simplesmente envolver através de todos os sentidos.
Concluindo, o importante é introduzir no plano diário algumas atividades que nos estimulem física e cognitivamente, chamando a atenção para os pequenos prazeres da vida, encontrando motivação para novas experiências, ficando grato pelas conquistas alcançadas e tendo sabedoria para apreciar todos estas vivências. Construiremos assim, uma mente ativa e um corpo feliz.
Ana Gonzaga, Humbertina Maia, Margarida Sobral e Teresa Santos são autoras do livro ‘Mente ativa, Corpo feliz – 52 semanas de desafios para estimular o seu cérebro! ‘ (PACTOR)
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.