A chegada do tempo frio costuma significar dores de cabeça acrescidas para as pessoas com asma, uma doença crónica inflamatória das vias aéreas, que se traduz por sintomas respiratórios como pieira, sensação de falta de ar, aperto no peito e tosse.
De facto, há mais infeções respiratórias no outono e no inverno, até porque a própria exposição ao ar frio pode ser um desencadeador. É essencial a aposta na prevenção para evitá-las, bem como as agudizações das doenças crónicas das pessoas que delas sofram.
A falta de controlo da asma pode levar a uma descompensação das comorbilidades existentes como, por exemplo, a rinite, o refluxo gastroesofágico, patologia psiquiátrica ou do foro cardiovascular. No entanto, é possível uma pessoa ter asma e viver sem sintomas e com a sua doença controlada, sendo esse o principal objetivo do tratamento.
Nesse sentido, deixo algumas dicas que podem ajudar a manter a doença controlada nestes meses mais frios.
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Reconheça os fatores desencadeadores da doença.
Sabemos que no outono e no inverno há mais infeções respiratórias. Estas são um dos principais motivos para a perda de controlo/aumento das crises da asma. Daí ser importante a sua prevenção, para evitar as infeções respiratórias, bem como as crises. Além disso, a própria exposição ao ar frio pode desencadear uma agudização para algumas pessoas com asma. Daí ser importante reconhecer os fatores potencialmente desencadeadores e seguir as recomendações médicas. Por exemplo, existem ainda algumas aplicações que podem ajudar a reconhecer os sinais de alerta e que poderão facilitar a comunicação com o médico. -
Siga as recomendações do médico.
A pessoa com asma, mais do que ninguém, conhece a sua doença e deve seguir as recomendações do seu esquema terapêutico. Deve cumprir a medicação prescrita no esquema recomendado, fazer consultas regulares com o seu médico e rever a técnica inalatória. -
Previna potenciais crises.
É importante prevenir todas as crises, nomeadamente as que são provocadas por infeções respiratórias e onde as medidas de etiqueta respiratória e a vacinação são uma mais valia. A vacinação, não só a da gripe e a da covid, mas também a antipneumocócica, são armas fundamentais para uma pessoa com asma. É uma medida preventiva que, ao longo da História, tem permitido salvar milhões de vidas. Na época sazonal de 2023/2024, a norma da DGS 005/2023 contempla nos doentes de risco os doentes asmáticos graves sob terapêutica com corticoesteroides sistémicos. No entanto, todo doente asmático deverá ponderar a vacinação junto do seu médico.
De sublinhar que o uso excessivo do inalador de alívio, ou o recurso adicional a mais doses do seu inalador habitual para a asma podem ser um sinal de que a doença não está controlada, aumentando o risco de problemas cardiovasculares, depressão, agudizações graves ou até morte.
Com o intuito de alertar as pessoas com asma para as consequências do uso excessivo do inalador de alívio, foi desenvolvida este ano a Campanha “Quebra o Ciclo — Deixa a asma sem fôlego”. Uma iniciativa da Associação Portuguesa de Asmáticos (APA); do projeto CAPA — Cuidados Adequados à Pessoa com Asma; da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF); do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP); da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC); da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Nacional das Farmácias (ANF) em parceria com a AstraZeneca, que pode ser acompanhada através do site SAÚDEFLIX.
Este portal disponibiliza também um questionário de apoio às pessoas que vivem com asma para determinar o seu grau de dependência no inalador de alívio. Os respetivos resultados devem ser partilhados com o seu médico de modo a perceber se será necessário adaptar o tratamento às necessidades do estádio da doença.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.