Para muitos, o distanciamento social não tem “prazo de validade”. Incerteza é a palavra de ordem hoje em dia e ninguém sabe ainda quando voltará tudo ao normal. Não é, assim, difícil entender que um cenário como este possa afetar negativamente a nossa saúde mental. Vejamos: o contacto com os outros está (muito) limitado – e nós somos seres sociais -, não temos a liberdade que ainda há uns dias tínhamos, vivemos sob o efeito de notícias que não parecem melhorar e de uma ameaça que nos coloca constantemente em estado de alerta. Como não entrar em desespero?
Reunimos 6 formas de não deixar que este período de isolamento afete o nosso bem-estar mental:
Desligue as notícias
Não, não estamos a dizer que não deve prestar atenção ao que se passa. Contudo, é muito fácil cair na tentação de deixar sempre a televisão ligada, à espera de alguma novidade, boa ou má. E o resultado disto? Um estado de ansiedade aumentado. “É tão tóxico. Eu chamo-lhe a síndrome da tempestade de inverno, quando estamos todos a ver as notícias e a falar acerca das novidades e rumores acerca da tempestade, mas ouvir repetidamente notícias sobre o pânico e ficarmos stressados com isso não é benéfico“, afirma a psicóloga Elizabeth Lombardo, em conversa com a Health.
A solução? Escolha um período do dia para deixar a televisão num canal de notícias e, para as restantes horas, desligue a TV ou mude para um canal de música ou de outro programa mais “leve”, quer seja um filme, uma série, um reality show. Porém, preste atenção ao facto de ver ou ler notícias sobre a situação atual antes de ir dormir poder afetar de forma negativa o seu sono – prefira o período da manhã ou início de tarde.
Tenha contacto cara-a-cara
Não físico, mas sim virtual. Afinal, vivemos numa época perfeita para tal. “Use as redes sociais e ferramentas de comunicação para manter interações com sentido com apenas algumas pessoas“, em vez de ficar a ver a vida dos outros neste tipo de plataformas, aconselha a neurocientista e psiquiatra Jud Brewer.
Sugestões? Um grupo de chat com a família ou videochamadas com os colegas de trabalho. “Qualidade importa mais que quantidade. No fim, não ficaria surpreendida se soubesse que alguns de nós, na verdade, fortaleceram as relações porque esta crise nos obrigou a usar novos canais de comunicação“, rematou.
Passe tempo com animais de estimação
Sabe-se que os nossos amiguinhos, quer seja um gato, um cão ou mesmo um pássaro, podem aliviar os nossos níveis de ansiedade. Apenas uma festinha aumenta os nossos níveis de dopamina e serotonina, ambos estabilizadores do humor e benéficos na redução do stress. Se não tem nenhum animal de estimação, mas conhece alguém próximo que tenha, pode sempre enviar uma mensagem ou fazer uma chamada e pedir para o ir passear um pouco, aproveitando cada momento ao máximo.
Mantenha o sentido de humor
Eis um tópico essencial. Continuar a partilhar memes com os amigos, a ver filmes de comédia ou mesmo episódios ou programas de stand-up comedy podem ser uma ajuda em tempos de crise. Forçar um sorriso também pode ajudar o nosso estado físico, em tempos de maior tensão. “É muito fácil ser sério acerca de tudo neste momento. Claro que isto é sério. Há pessoas doentes e pessoas a morrer. Mas se olharmos para a história, nas piores situações, as pessoas a sair melhor foram as que tinham uma melhor saúde mental e mantinham o humor“, afirma Art Markman, professor de psicologia, que garante ainda que encontrar humor em tudo é uma das nossas grandes mais-valias enquanto seres humanos.
Mantenha contacto com quem está pior
Quer seja o seu avô, a sua avó ou alguém que conheça que esteja a passar por um período menos estável – ou mesmo depressivo -, manter contacto com quem possa estar numa situação mais frágil é benéfico para ambas as partes. Por um lado, podemos ajudar alguém, diminuindo os sentimentos de isolamento e ajudando a afastar pensamentos mais negativos e, por outro, nós próprios ficamos felizes por saber que estamos a contribuir para o bem-estar de alguém.
Faça exercício
De preferência, ao ar livre, num local sem pessoas por perto. É menos provável que o vírus se propague ao ar livre do que em locais fechados, pelo que passar tempo na rua, em espaços onde, mesmo que circulem pessoas, seja mantida a distância de segurança, pode ser muito benéfico. O exercício físico é ótimo para o nosso bem-estar geral, incluíndo a nossa mente. Se estiver sol, melhor ainda, já que um passeio na rua nos pode proporcionar os níveis de vitamina D de que precisávamos para melhorar o nosso humor. Se não tiver nenhum espaço ao ar livre por perto em que se possa exercitar, não deixe de o fazer. Em casa, com o uso de móveis, cadeiras ou pesos improvisados, pode conseguir resultados excelentes. E já há vários ginásios e personal trainers a disponibilizar aulas online – basta pesquisar e escolher o que mais lhe agradar.
Confira este exemplo.