A psicóloga Pauline Boss foi a primeira a utilizar o termo “perda ambígua”, para definir os tipos de sentimentos que ocorrem quando perdemos alguém de quem gostamos sem qualquer tipo de resolução ou fecho possível. Por outro lado, também pode estar associado ao facto de estarmos longe de alguém de quem gostamos, levando-nos a uma melancolia que nunca desaparece.
Num artigo para a Psychology Today, a psicoterapeuta F. Diane Barth explica que este termo pode também ser chamado de “luto não resolvido” ou “luto congelado”, isto é, aquele tipo de luto que fica como que congelado dentro de nós, tornando impossível que avancemos para um “local” mais feliz. E como é que se ultrapassa este sentimento de tristeza constante?
Ora, embora as perdas possam nunca ficar realmente “para trás”, há forma de as aceitar e integrar na nossa vida. E quando falamos de perdas, falamos não só de pessoas como de situações – por exemplo, eventos importantes aos quais faltámos e que não se poderão repetir. Segundo Barth, a única forma de seguir em frente é reconhecer e honrar essas perdas – sobretudo, ao falarmos delas.
“Colocar os sentimentos em palavras, reconhecer que há uma perda genuína mesmo que não seja algo físico, é um primeiro passo para descongelar o luto. Como disse, não fará necessariamente a tristeza ir embora, mas pode ajudar a integrá-la num sentido mais complexo e realista de quem somos no mundo – e de como o mundo é realmente. E é essa integração que nos ajudará a dar os próximos passos na vida que nos espera“, remata.