Normalmente, somos nós a lançar desafios aos entrevistados, mas desta vez fomos nós a ser postas à prova. Durante um mês mudámos hábitos profundamente enraizados no nosso dia a dia ou ainda decidimos criar outros, mais saudáveis. Pelo menos, tentámos…
Mais ainda que na passagem de ano, os meses depois das férias de verão, trazem uma nova onda de boas intenções. Entre mergulhos e bolas-de-berlim, prometemos deixar o açúcar, fazer exercício o ano inteiro, ler mais e ver menos televisão à noite… Este ano, a redação da ACTIVA decidiu não ficar pelas boas intenções e passar à ação.
E nem sempre somos o exemplo de boas práticas democráticas. Que o diga Patrícia, empurrada para o ginásio à força, depois de uma vida sedentária que nunca a incomodou particularmente. Já Catarina não precisou de ajuda para dificultar a sua própria vida. Ainda lhe sugerimos que passasse a beber mais água, mas ela preferiu levar água ao seu moinho: comprou o passe Navegante e começou a vir de Lisboa para Paço de Arcos de transportes, desafio que veio a dar-lhe água pela barba. Foram 30 dias (ou mais) por vezes difíceis, com muita contestação (e gargalhadas) à mistura, agora aqui relatados numa espécie de desabafo público.
Aqui fica o testemunho da nossa designer gráfica Patrícia Ajuda. O próximo episódio sai daqui a uma semana.
“Antes de mais, dizer que as minhas colegas não me deixaram escolha: todas achavam que eu tinha de começar a ir ao ginásio. Incomodava-as o facto de, aos 40 anos, eu nunca ter feito exercício. Nem na escola, como tinha um sopro cardíaco tinha desculpa para não fazer as aulas de Educação Física. A verdade é que nunca tive vontade nem senti necessidade. Ainda assim, aceitei o desafio e até achei piada. Portanto, parti para ele cheia de energia e vontade. Para minimizar o risco de desistência, decidimos que a minha estreia tinha de ser num ginásio daqueles que dá mesmo vontade de treinar. A escolha foi o Holmes Place Quinta da Fonte e não podia ter sido melhor: as condições são ótimas, dos balneários aos estúdios, sem esquecer a piscina, tem muita luz natural e o staff é superprestável. Além disso, fica mesmo ao lado da ACTIVA. Tudo muito importante para o exercício físico não se tornar um castigo (ainda maior).
Depois de uma avaliação inicial pouco animadora mas que me deu ainda mais motivação, dei início aos treinos. O primeiro foi com o meu ‘anjo da guarda do fitness’, a querida PT Daniela Osório – sem ela dificilmente teria voltado: aos cinco minutos de aquecimento no remo seguiram-se exercícios para trabalhar músculos, que até ali nunca soube que existiam. No dia seguinte, nem rir, nem tossir, nem sequer respirar, doía-me o corpo inteiro. Vacilei um pouco, mas valeu-me novamente a Daniela que me acenou com o corpo da Carolina Patrocínio para eu não desistir. Quando passei a fazer o treino concebido especialmente para mim, pela Daniela, sozinha, senti-me abandonada, não me lembrava como é que as máquinas funcionavam ou o que era suposto fazer com elas. Mais uma vez fui salva pelo staff, que me ajudou sempre que precisei.
Infelizmente, ter um PT não é financeiramente viável para todos, mas pode ser uma ajuda preciosa para quem, como eu, nunca fez exercício. Eu própria acabei por ter mais algumas sessões com PT, o que foi determinante para ganhar confiança.Também experimentei as aulas em grupo e aí as minhas colegas também fizeram questão de entrar na conversa, especialmente as que são ‘batidas’ no Holmes Place.
Umas diziam para eu ir experimentar Body Pump, outras, o Total Condicionamento, cada uma com a sua própria teoria sobre a melhor maneira de eu fazer a ‘recruta’. Eu deixava-as falar – afinal estou feliz por ter proporcionado alguns momentos animados na Redação – e fui experimentar o que bem entendi. A que mais gostei foi a de Anti-Gravity, com a professora Rita, e aí fui eu que, de pernas para o ar numa espécie de pano, proporcionei momentos de pura diversão ao resto da turma.
Ao fim de dois meses – sim, porque ‘menos que isso, não faz nada’, disseram as queridas colegas – tenho de dar o braço (agora mais musculado) a torcer: ainda bem que o desafio me foi imposto, é prova que as mudanças, mesmo as não desejadas, podem ter resultados surpreendemente positivos. Hoje sinto-me com muito mais energia e já não tenho tantas dores após o treino. Espero continuar este novo e saudável hábito que entrou à força na minha rotina.”