A empatia é uma coisa boa, certo? Na maioria, sim. Mas também é possível levá-la demasiado longe, ou que motive os tipos errados de ações e decisões. A chave é encontrar o equilíbrio certo.
A definição de empatia
Segundo a socióloga Tracy Brower, empatia genuína é sentir o que a outra pessoa sente. É sentir angústia com um colega de trabalho que passa por um momento difícil, ou sentir-se inseguro com um colega que toma uma decisão profissional crítica. É sentir *com* e não *por*.
Dito isto, num artigo que assinou na americana “Forbes”, a perita sublinha que empatia não é o mesmo que carinho, compaixão ou gentileza. Isto porque é possível sentir carinho por alguém e expressar compaixão ou bondade sem sentir, literalmente, angústia.
Uma coisa boa em demasia
Brower diz ainda que ter demasiada empatia é prejudicial. Eis os motivos:
- Entra-se em burnout: sentir tensão, bem como a dor, ansiedade ou trauma de outras pessoas, pode ser extremo e comprometer a sua saúde;
- Tomam-se más decisões: uma série de estudos constatou que muita empatia pode atrapalhar a tomada de decisões que consideram dados suficientes, fazendo com que nos concentremos demasiado numa direção e deixemos de fora informações adicionais importantes. Por exemplo, os voluntários que ouviram falar de uma pessoa necessitada tendiam a querer ajudar essa pessoa à custa de outras que também precisavam.
- É-se menos eficaz: outro efeito secundário é perder o foco em todas as outras coisas que também são importantes. Os grandes líderes são empáticos, mas também motivam a visão e o propósito; responsabilizam as pessoas e oferecem oportunidades de crescimento. Os grandes colegas de equipa são empáticos, mas também fornecem novas ideias, desafiam o status quo e contribuem com as suas habilidades únicas para um projeto.
Em suma
Embora a empatia possa ter efeitos prejudiciais e seja importante não ir longe demais, agir com gentileza, cuidado e compaixão com os outros é uma coisa muito boa. O segredo é continuar a demonstrar empatia, mas geri-la bem, de modo a não entrar em burnout, tomar decisões infelizes ou perder o foco.