Os avós são elementos-chave na dinâmica familiar de inúmeros agregados ao redor do mundo, especialmente em casas multigeracionais.
Estes membros da família são uma fonte adicional de afeto, carinho e apoio emocional; desempenham um papel essencial na transmissão de valores culturais, tradições familiares e conhecimentos acumulados ao longo de gerações; contribuem para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo dos netos; auxiliam nos cuidados e educação das crianças; ajudam a criar memórias afetivas e conexões intergeracionais; e fornecem um apoio essencial em momentos de crise ou mudança.
Dito isto, curiosamente, não há muitos estudos com foco no assunto. Nos Estados Unidos, por exemplo, a última pesquisa que lançou luz sobre importância dos avós foi conduzida em 1965. Sim, há 58 anos. Na altura, Bernice Neugarten, investigadora da Universidade de Chicago e uma das principais gerontólogas daquele país, identificou cinco padrões:
Cinco tipos de avós e como eles moldam as nossas vidas
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Avô ou avó formal: segue o que se acredita serem as diretrizes apropriadas para o papel de avô ou avó, incluindo ajudar ocasionalmente e manter interesse pelos netos, mas sem se envolver excessivamente;
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Buscador de diversão: enfatiza os aspetos de lazer do papel e proporciona maioritariamente entretenimento aos netos;
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Substituto dos pais: assume o papel de cuidador da criança;
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Reservatório de sabedoria familiar: é a figura principal da família, oferecendo conselhos e recursos, mas também exerce controlo sobre a geração dos pais;
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Figura distante: tem contacto pouco frequente com os netos, aparecendo apenas em feriados e ocasiões especiais.
A outra face da moeda
Infelizmente, para a maioria dos avós, o contacto com os netos diminui progressivamente à medida que estes chegam à fase inicial da vida, especialmente quando eles saem da casa dos pais.
“Os avós que não conseguem manter o contacto com os netos têm maior probabilidade de enfrentar uma variedade de consequências negativas, incluindo problemas de saúde mental e física, depressão, sentimentos de luto e uma qualidade de vida mais baixa”, diz a psicóloga clínica Susan Krauss Whitbourne à revista “Psychology Today”.
Portanto, sublinha a perita, “eles precisam de nós e nós precisamos deles”.