Dinheiro e amor: como se relacionam?
Quando Leah Nicewander, uma utilizadora do TikTok, explicou na rede social que, ao comentar o dinheiro na conta corrente do seu perfil de encontros no Hinge, recebeu mais de um milhão de visualizações, incluindo encontros com 17 pessoas diferentes em 30 dias, duas coisas ficaram claras. Para começar, o dinheiro é importante em matéria de amor. Depois, parece que as questões financeiras começam, finalmente, a deixar de ser tabu no universo dos encontros amorosos.
A perceção de que falar de dinheiro entre casais ser tabu depende tanto da personalidade de cada pessoa como do seu contexto cultural. Em geral, considera-se que abordar o plano financeiro no início de uma relação pode ser uma conversa delicada, uma vez que pode levar a que as pessoas se sintam desconfortáveis, antes de estabelecerem uma relação de compromisso e confiança.
É certo que algumas pessoas podem sentir-se atraídas pela estabilidade financeira ou pelas realizações profissionais de alguém. Mas há quem considere estes aspectos menos relevantes em comparação com outras qualidades pessoais. Por outro lado, é importante perceber que a atração baseada apenas no dinheiro poderá conduzir a relações superficiais e insatisfatórias a longo prazo, sendo a compatibilidade emocional, o respeito mútuo e os valores partilhados aspectos fundamentais na construção de relações saudáveis e duradouras.
Embora no caso da Tik Toker as finanças tenham funcionado a seu favor, não são raros os casais em que as desigualdades financeiras se tornam uma armadilha para o amor. No caso de um casal heterossexual em que a mulher ganha mais, será que os homens ainda se sentem ameaçados quando é a mulher que ganha mais? O pensamento está a mudar, mas depende muito do homem. Regra geral, uma mulher que é financeiramente independente tende a ser respeitada. Atualmente, é mais comum as mulheres serem auto-suficientes e mais instruídas do que há alguns anos.
Novos estudos sugerem que grandes mudanças financeiras em qualquer direção podem afetar os casais da mesma forma, e os especialistas na matéria concordam que os assuntos de dinheiro devem ser discutidos com total transparência. Isto evitará que uma das partes tenha toda a informação/responsabilidade, o que coloca a relação numa posição de vulnerabilidade a conflitos se o status quo financeiro mudar, uma vez que o casal não partilha informações sobre o seu fluxo de caixa e património líquido.
A gestão financeira é apenas um dos componentes de uma dinâmica de relacionamento saudável, mas não necessariamente o único “segredo”. Ter uma conta bancária conjunta pode facilitar a gestão das finanças familiares e promover a transparência nos assuntos económicos. No entanto, o segredo para o ‘casamento perfeito’ envolve uma variedade de aspectos, como a comunicação efectiva, a empatia, o respeito mútuo e a resolução de conflitos. Quando se partilham as despesas e a vida financeira, atingem-se objectivos comuns, como poupar para uma casa, para a educação dos filhos ou para a reforma. O segredo é o casal falar abertamente sobre os objectivos e o futuro financeiro do casamento.
Embora seja muito mais romântico falar de viagens e emoções, a verdade é que o dinheiro é importante, e a esfera do casal não está isenta dos impostos da vida. Qualquer mudança económica pode afetar as relações, pelo que a comunicação é fundamental para que, entre os milhares de motivos que podem levar um casal a discutir, pelo menos os euros não sejam responsáveis por uma nova desavença.
Dinheiro e amor: como se relacionam?
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