
O psicólogo espanhol Enrique Rojas investiga as emoções, incluindo as que nos acompanham no fim da vida. O especialista editou um livro, “Comprende tus emociones” que é uma espécie de guia para reconhecer o que sentimos e, assim, ganhar controlo e alcançar o equilíbrio emocional. Um dos temas que aborda são os pensamentos e as emoções que nos podem acompanhar no momento da morte. Como psiquiatra, Rojas acompanhou muitas pessoas nos últimos momentos das suas vidas. A sua experiência acumula muitas histórias vitais que dão informações para vivermos melhor agora que (julgamos) ainda temos tempo.
Porque é que não gostamos de falar sobre a morte?
“Toda a filosofia é uma meditação sobre a vida; é preciso tempo para a compreender. Passamos a vida a pensar no amanhã. E esquecemo-nos muitas vezes que a existência termina. A morte é a grande coisa esquecida na cultura atual. Desapareceu do panorama do pensamento”, explica Rojas. No entanto, acrescenta, “quando a morte está muito próxima, já não podemos desviar o olhar, então aparece o momento da verdade e tendemos a ter uma iluminação retrospetiva especial, são momentos estelares em que, quer queiramos quer não, fazemos contas a nós próprios; é muitas vezes como um holofote que revê tudo o que nos aconteceu aqui e ali”.
As 6 coisas que as pessoas mais se arrependem no final da vida:
- Viver para trabalhar. “A maioria das pessoas arrepende-se de ter trabalhado demasiado. De terem passado a vida com uma sobrecarga profissional excessiva, de terem vivido para trabalhar, e, nesses momentos estelares de total lucidez, sentem que a sua vida foi desequilibrada, que houve falta de equilíbrio entre os diferentes ingredientes do que deve ser a existência de um ser humano”.
- De passar mal sem necessidade. “Outra coisa de que a grande maioria das pessoas se queixa é de ter sofrido muito por questões e problemas que, na verdade, não tinham grande importância”.
- Não ter sabido aproveitar mais a vida. “Isto tem um largo espetro: desde não ter sido capaz de agarrar e desfrutar das coisas positivas da vida quotidiana, numa espécie de carpe diem [aproveite o momento, viva-o e saboreie-o] até não ter planeado tempo livre para si próprio e procurar essas satisfações de acordo com os passatempos que fomentou. Saber descansar é também uma arte. E, ao mesmo tempo, ser organizado para dar o que mais nos relaxa no tempo livre, que é uma forma de nos retratarmos”.
- Não ter dedicado mais tempo à família. “Hoje em dia, vemos isto com bastante frequência. De facto, a figura do pai/mãe ausente, que quase não teve influência na educação dos filhos, porque não tem tempo e deixou essa tarefa nas mãos da mãe/pai, porque a sua profissão o absorveu demasiado e não esteve psicológica e afetivamente presente com os filhos, é muito atual”.
- Não ter tido a coragem de fazer o que realmente queria fazer e não o que os outros esperavam de mim: “No fundo, isto tem muito a ver com a ousadia de sermos nós próprios. Saber desenvolver a própria personalidade, polir e limar as arestas e os pontos negativos, com a ajuda das pessoas mais próximas e, ao mesmo tempo, trabalhar no programa pessoal previamente concebido, ter objectivos claros e lutar e batalhar para os alcançar”.
- Não ter tido uma espiritualidade mais sólida: “que lhes desse respostas às grandes questões da vida”.
Do que se arrepende a maioria das pessoas no final de vida?
Do que se arrepende a maioria das pessoas no final de vida?
Do que se arrepende a maioria das pessoas no final de vida?
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