Procuravam um apartamento bem localizado, com vista para o mar, varandas abertas e muita luz natural. Rui Nunes e Ana Rocha Leite encontraram-no na Rebelva, perto do centro da Parede, mas a precisar de algumas obras de melhoramento. Durante um ano, os cerca de 70 metros quadrados, distribuídos entre dois quartos, sala, cozinha e casa de banho, foram remodelados, em especial as duas últimas divisões, de acordo com as preferências do jovem casal, que reconheceu nos acabamentos das construções recentes uma série de características que não se coadunavam com as suas linhas estéticas de eleição.
Na cozinha, situada como uma ilha no centro da casa, junto aos quartos, a pastilha castanha e os armários, já bastante gastos, deram lugar à pastilha azul e a móveis de linhas direitas, feitos por encomenda. Para evitar a circulação de cheiros, principalmente para os quartos, ergueu-se uma parede em pladur, fechando uma das passagens mas aproveitando a luz natural com uma janela em tijolo de vidro, integrada naquele material. Na casa de banho, para além de novas canalizações, mudou-se revestimentos e equipamentos, que deram lugar a azulejos de João Vaz de Carvalho e loiças sanitárias da Roca. O móvel sob o lavatório, feito por encomenda, remata a remodelação. O chão dos quartos, sala e zonas de passagem, em taco encerado, estava em bom estado, pelo que apenas foi necessário afagar, anulando assim pequenos riscos e manchas.
Ana defende que a casa deve funcionar como espelho dos seus habitantes. Ambientes simples, revestidos de contemporaneidade q.b., práticos e funcionais, são o reflexo da sua imagem. A componente estética só funciona se aliada ao conforto e ao funcional. As obras não só tornaram o espaço agradável visualmente mas também permitiram criar zonas de arrumação, como um closet, entre o quarto e a casa de banho, evitando o recurso a soluções improvisadas. Tudo tem de estar organizado, até porque, dentro em breve, a casa terá um novo habitante. A maioria do mobiliário de madeira e de vidro, em linhas simples, é proveniente da Habitat, por, na opinião de Ana, conjugar as variáveis que, à época, considerava atractivas: qualidade, estilos e preços. Gosta de variar a decoração, pelo que as peças transitam, com regularidade, de espaço em espaço, procurando o lugar que naquele momento parece ser o ideal. A monotonia, quanto à disposição dos objectos e à utilização de cores, não é bem-vinda na casa do jovem casal. As paredes, de tempos em tempos ganham nova vida e o mesmo mobiliário, originalidade, apenas por ter um enquadramento diferente. De acordo com o estado de espírito, os cortinados e as almofadas também variam, funcionando como apontamentos de cor e texturas.