Na sua essência, são uma linguagem de magia, destinada a levar o ser à evolução interior, transmitindo mensagens divinas e não de adivinhação. Historicamente, pode situar-se o aparecimento das runas em 1300 anos a.C. na actual Escandinávia. A raiz composta "ru" é de origem indo-europeia e significa mistério ou segredo. Os antigos povos acreditavam que as runas possuíam poderes mágicos que poderiam defendê-los de diversos males e os xamãs antigos entalhavam as runas nas embarcações e nas casas ou colocavam-nas nos leitos dos enfermos, invocando a sua protecção, cura ou ajuda.
Segundo a lenda, foi Odin, deus protector dos exércitos o "criador" das "lâminas da sabedoria". Odin comandava um exército de guerreiros – sacerdotes que ficaram no nosso imaginário como homens muito altos, barbas e cabelos longos, vestidos de pele e com luzentes elmos com chifres. Odin buscava a sabedoria e tinha uma árvore, a Yggdrasil, a "árvore do mundo", sob a qual meditava. Reza a lenda que se submeteu a um auto-sacrifício para obter o conhecimento secreto das Runas. Durante nove dias e nove noites, Odin permaneceu pendurado na árvore, de cabeça para baixo (posição do Enforcado do Tarot), em busca de uma revelação. E foi aí que vislumbrou as runas, pequenos símbolos inscritos nas pedras, no fundo do lago. A lenda prossegue dizendo que Odin foi então libertado pela magia destas pedras e, por ter alcançado a iluminação, ficou, desta forma, na posse do conhecimento e dos poderes mágicos das runas.
Odin transmitiu à Humanidade esse conhecimento obtido sobre as palavras mágicas e também a forma de registar essas palavras através do alfabeto rúnico. A escrita rúnica é uma das mais antigas conhecidas: tem mais de 12 mil anos.
A simbologia das runas está ligada às divindades nórdicas e, através delas, é possível não só o autoconhecimento como o entendimento das forças positivas e negativas e dos caminhos do presente e futuro.
Odin distribuiu as 24 runas entre três deuses: Hagal, Freyja e Tyr. Estes três deuses transmitiram às runas as suas energias pessoais. Hagal era o conselheiro sábio, correcto e energético, Freyja simbolizava a energia de mãe, mulher, amante ou irmã e Tyr era o jovem guerreiro, corajoso e lutador. A vigésima quinta runa, que é branca, representa o próprio Odin.
As runas ancestrais eram em madeira, talvez provenientes da árvore da Sabedoria, ou em pedra, mas actualmente podem também encontrar-se feitas em osso, metal e mesmo, mais recentemente, em cartas.
Para as runas existem várias tiragens que, ao contrário do Tarot, podem ser feitas em proveito próprio.