Num mundo em que os conflitos nacionais e os problemas políticos e religiosos fazem com que as populações abandonem as suas casas e procurem uma vida melhor no exterior, não poderia deixar de existir, no nosso país, uma associação cujo objectivo visa salvaguardar a dignidade dessas pessoas.
Foi por ter passado por uma situação em que se viu na pele de uma exilada política que Maria Teresa Tito de Morais Mendes resolveu dedicar a sua vida aos refugiados, tendo o seu dinamismo e dedicação valido, em 1991, um convite das Nações Unidas para criar em Portugal um organismo não governamental de ajuda aos refugiados. Nasce assim o Conselho Português para os Refugiados (CPR). Tendo como função principal dar apoio jurídico aos requerentes a asilo que tenham dificuldades económicas, esta organização ajuda-os também na resolução de problemas mais de ordem pessoal e em várias áreas em que o alojamento, alimentação e saúde se destacam.
Como a própria candidata o afirma: "vivi o exílio, e sei o quanto vale uma ajuda nesse momento difícil. É isso que me motiva, saber que aqui podemos ajudar a minorar o sofrimento dos que se encontram em situações de uma grande fragilidade."
Em 1999, o Conselho Português para os Refugiados recebeu o prémio Direitos Humanos atribuído pela Assembleia da República Portuguesa, que assim reconheceu o seu trabalho na divulgação e luta pelo respeito dos direitos humanos. Da participação na criação da lei do asilo à intervenção social no terreno, o CPR contou, desde o primeiro momento, com a força e a determinação desta mulher que acredita que a luta por uma sociedade mais justa é uma excelente razão para viver.
Esta organização recebe o apoio financeiro, entre outros, dos Ministérios da Administração Interna e do Trabalho, da União Europeia e do Alto Comissariado das Nações Unidas.