
Acabou de acordar e ainda está desorientada. De repente não tem de ir a correr meter-se debaixo do chuveiro, engolir o café e as torradas, enfrentar o trânsito. Está sozinha em casa em férias forçadas. A depressão é um cenário possível nestas circunstâncias por isso é importante estabelecer desde logo um plano de acção para não se deixar vencer pela inércia.
– Estabeleça uma rotina. Vai levantar-se todos os dias à mesma hora que fazia quando tinha emprego. E vai trabalhar para arranjar um novo no mesmo horário laboral que tinha. Nas outras horas descanse, relaxe, distraia-se. Esta é a forma mais equilibrada de conseguir ser eficaz na sua busca sem sacrificar a saúde e o bem-estar emocional.
– Organize-se. Faça uma lista com os contactos de todas as empresas para onde gostaria de ir trabalhar. Faça outra lista com os nomes das pessoas que conhece e que pode contactar para pedir ajuda. A ideia é fazê-las saber que está disponível e à procura de emprego. Mesmo que não a possam ajudar directamente é provável que se lembrem de outras pessoas que pode contactar. Estes contactos secundários (um amigo de um amigo) são muitas vezes os mais frutuosos.
– Estude as empresas e instituições a que tenciona candidatar-se. Quanto mais souber sobre elas mais dirigido irá ser o seu pedido de emprego. Cada empregador recebe diariamente dezenas, senão centenas, de currículos, geralmente completamente despersonalizados. Se quer sobressair, tem de mostrar-se informada sobre a empresa em que deseja trabalhar. Isto faz a diferença entre parecer desesperada ou, pelo contrário, altamente motivada. A internet pode ajudá-la muito nesta tarefa.
– Actualize o seu currículo. Fazer um bom CV é uma arte de marketing pessoal. O objectivo é mostrá-la à melhor luz possível e fazer sobressair todo o seu potencial. Pode usar o modelo europeu agora em voga.
– Faça cartas de apresentação. Estas devem ser personalizadas, nada de frases vagas que serviriam para qualquer empresa, tem de mostrar que é a pessoa certa e os termos em que o faz vão depender da pesquisa que eleborou previamente sobre a instituição. Seja sincera, original, persuasiva e confiante. Não se alongue. Mais do que uma página é puro suicídio numa carta de apresentação, lembre-se que está a usar o tempo de trabalho de alguém. Não caia na arrogância nem no excesso de humildade; ser demasiado subserviente é tão mau como fingir uma falsa intimidade com um discurso ‘tu cá, tu lá’.
– Cuide de si. Não me diga que fez as tarefas anteriores de pijama. Não caia nessa esparrela, pode parecer um pormenor mas a mensagem que está a dar ao seu inconsciente se andar o dia todo de pijama é a de que não vale a pena o esforço. Todas as céluas do seu corpo têm de acreditar que vai mesmo arranjar um emprego rapidamente. Não substime o poder do optimismo, ele pode abrir muitas portas, quanto mais não seja porque vai fazer com que tente mais afincadamente.