O Centro da Senhora da Boa Nova no Estoril ergue-se hoje de forma monumental, bem no meio do que antigamente era o Bairro do Fim do Mundo, conhecido pelas barracas, a pobreza e o tráfico de droga. O projeto da Paróquia do Estoril era ambicioso: construir de raiz um pólo capaz de abarcar duas creches com 146 crianças, dois pré-escolares com 172 crianças, um ATL com 80 crianças, dois centros de dia com 85 idosos, dois serviços de apoio domiciliário para 143 utentes, um clube de seniores para 20 utentes, um auditório para 612 pessoas, um colégio de 1.º, 2.º e 3.º ciclo para 480 alunos, dois bancos alimentares abrangendo 530 pessoas e um corpo de voluntários com cerca de 100 pessoas que semanalmente ajuda os mais necessitados. A construção do centro dependia da conjugação de tantos fatores que esperar parecia equivalente a desistir, "por isso o que se fez foi confiar. Fomos avançando e confiando que as coisas se iriam resolvendo à medida que avançássemos".
E assim aconteceu. A operação de realojamento das 235 famílias que ali viviam foi sendo feita de forma cirúrgica, à medida que as obras avançavam. A coordenar as operações esteve sempre Maria do Rosário Monteiro, vice-presidente do Centro Paroquial do Estoril desde 2003, mãe de sete filhos e avó de 11 netos, capaz de pensar ao mesmo tempo na melhor maneira de aproveitar a fruta tocada que vem do banco alimentar para os idosos do centro de dia e nas formas de financiamento para os 28 milhões que o centro custou ou na gestão da férias dos 180 funcionários que ali trabalham. Uma capacidade desenvolvida também graças à atividade profissional de revisora oficial de contas, que desenvolve desde 1979.
"Estou habituada a lidar com orçamentos, o que é útil num projeto desta dimensão em que a sustentabilidade financeira e o rigor são importantes." Talvez seja esse o segredo do sucesso dos projetos em que se envolve: uma capacidade de aliar um forte espírito solidário e comunitário a uma mente pragmática e um raciocínio prático. É por isso que ainda hoje lhe ligam de toda a parte para resolver este e aquele problema. Por mais prosaico que seja, a ‘Rosarinho’, como é tratada, há de saber o que fazer. Foi assim que foi chamada para o centro paroquial em 2003: "Ligaram-me para vir resolver uns problemas que estavam a ter com umas obras..
Fotos: Paulo Jorge Figueiredo
!
O Prémio Mulher Activa 2011
foi patrocinado por: |
|
** Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico **
Assine a ACTIVA em formato DIGITAL!
Clique para subscrever a NEWSLETTER ACTIVA.pt!