Tem 100m2 e uma localização como poucas, sobre o porto antigo de Jaffa. A partir de várias e amplas aberturas, algumas com acesso às varandas, avista-se uma imensidão de azul, o do mar Mediterrâneo. Não se sabe quantos anos tem esta casa, mas os seus proprietários calculam que contr já algumas centenas. Ao longo do tempo, o edifício passou por várias transformações e adições que deterioraram a qualidade da construção original e dos seus espaços. Por isso, foi necessário recuperar o passado, restaurar a sua estrutura original, características tão determinantes como as paredes de pedra, os tetos segmentados e os arcos, incluindo-se nesta empreitada a necessidade de deixar à vista um dos materiais-base, uma combinação de barro com areia da praia. A casa foi liberta de todos os elementos estranhos, incluindo as paredes mais recentes, e passou por um processo de ‘exfoliação’ intenso até ficar exposta a sua pele original. Surpreendentemente, o estilo minimalista do ateliê de arquitetos Pitsou Kedem, responsável por esta recuperação, soube encontrar uma curiosa correspondência nesta estética do passado: “A ideia central foi combinar o velho com o novo e ao mesmo tempo manter as qualidades de cada época e criar novos espaços que unam os estilos, intensificando-os, graças ao contraste e à tensão entre os distintos períodos.”
A contemporaneidade é expressa graças aos espaços abertos e com a melhoria do fluxo interno – hoje a circulação é ampla e livre, e a casa respira, dotada de ares de loft urbano, visual para o qual contribuíram materiais como o aço inoxidável, o ferro e o corian, na construção e no mobiliário. O projeto reveste-se de sucesso porque foram honrados, e preservados, os valores históricos e até românticos da estrutura, agora combinados com modernidade. “Apesar da diferença temporal, as tensões e a dicotomia entre os períodos manifestam-se num espaço harmonioso e surpreendentemente equilibrado.”
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