Pare de se culpar e controle o seu dinheiro
Assuma o controlo das suas finanças mesmo que o extrato do cartão de crédito lhe mostre que gastou demasiado nos últimos anos, ou que a conta bancária lhe revele que não poupou nada ao fim de 10 anos de trabalho.
Não pense no passado, mas sim no futuro. Este é o momento de dar a volta à situação e passar a controlar o seu dinheiro em vez de ser controlada por ele! Já reparou que aquilo que não controlamos nos controla a nós? Para gerir o seu dinheiro tem que saber exatamente para onde ele está a ir. Comece por tomar nota de todas as suas despesas (mesmo que pareçam irrisórias) durante um mês, sem medo e sem culpa e, acima de tudo, sem se julgar. Aquilo que encontrar apenas reflete o seu estilo de vida atual e se precisar de o mudar, altere-o encontrando as vantagens de gastar menos.
Faça um orçamento todos os meses e reveja-o todas as semanas
Para continuar a seguir o seu dinheiro (em que tipo de despesas ele ‘desaparece’) e fazer as melhores escolhas, de acordo com a sua capacidade financeira, precisa de fazer todos os meses um orçamento detalhado. Mas quer seja num documento Excel, online ou em papel, o que é essencial é que saiba sempre de onde vem o dinheiro e para onde vai, de modo a saber quanto pode gastar e quanto deve poupar. Partilhe este orçamento com toda a sua família, filhos incluídos. É fundamental que todos vivam de acordo com a real capacidade financeira da família, vai ver que os seus filhos até passam a pedir menos coisas.
Um dos segredos da liberdade financeira e da riqueza é vivermos sempre abaixo dos nossos rendimentos, se o fizermos temos sempre margem para os imprevistos da vida e nunca teremos “mais mês do que dinheiro”. Lembre-se sempre deste princípio, em particular antes de recorrer ao crédito. Lembre-se que a sua taxa de esforço, isto é, quanto paga por mês em prestações de empréstimos, não deve ser superior a 40% do seu rendimento mensal.
Poupe todos os meses, à cabeça e de forma automatizada!
Ponha sempre algum dinheiro de lado no início do mês. A maioria das pessoas gere o seu dinheiro mensal à espera que sobre algum no fim do mês, o que raramente acontece. A regra de ouro para uma poupança infalível é a de poupar à cabeça: assim que o salário entra na sua conta deverá sair, de forma automatizada, uma quantia fixa ou uma percentagem do mesmo para uma conta a prazo sem multibanco e sem cheques. O valor ideal são 10% do rendimento mensal, porque este é o máximo de variação no nosso rendimento que toleramos sem alterações no nosso estilo de vida! E lembre-se sempre que mais importante que quanto poupa é a regularidade com que o faz!
Defina objetivos financeiros
Apenas quando temos um grau de motivação elevado conseguimos alterar comportamentos ou mudar hábitos. Assim, é imprescindível que defina os seus objetivos financeiros, pois são eles que vão assegurar que consegue seguir estes mandamentos todos os dias. Comece por definir objetivos financeiros de longo, médio e curto prazo, uma vez que haverá sempre tentações para gastar mais ou poupar menos… Se os seus objetivos financeiros forem claros para si, já vai ser fácil resistir a mais um par de sapatos se a sua poupança se destinar, por exemplo, ao estudo universitários dos seus filhos. São estes objetivos que lhe permitem definir o seu plano de ação financeiro e respeitá-lo.
Faça sempre lista de compras e respeite os seus limites de gastos
As superfícies comerciais apelam permanentemente a um consumo de mais bens do que aqueles que precisamos, por isso, para distinguir com clareza as suas necessidades dos desejos que a publicidade e o marketing nos criam, é fundamental que antes de sair para as compras defina quanto pode de facto gastar e aquilo que precisa mesmo de comprar, pois isto ajuda a treinar o respeito pelos seus limites financeiros e a resistir à tentação de comprar tudo ou quase tudo aquilo que os seus filhos lhe pedem no supermercado ou na loja. Aliás, é perfeito se as crianças a ajudarem a fazer a lista e a definir o vosso limite de gastos.
Produtos financeiros: recolha informação, pergunte e compare
Sempre que tem de decidir, por exemplo, onde abrir conta, ou que depósito a prazo fazer, escolher um crédito à habitação ou ao consumo, ou um investimento, recolha toda a informação necessária, pergunte tudo aquilo que não percebe, lembre-se que não é vergonha nenhuma perguntar e que quem lhe tenta vender esse produto tem obrigação de lhe explicar tudo! E acima de tudo não decida nada antes de comparar as várias propostas, comparar equivale a poupar!
Lembre-se de duas regras de ouro: nunca assine nada que não compreende, ou seja, não adquira um produto que não entende, e nunca invista mais do que 10% das suas poupanças em produtos com risco de perda de capital.
Como ganhar dinheiro – desenvolva o seu espírito de iniciativa
Se quer ou precisa de aumentar os seus rendimentos, comece por fazer uma lista dos seus talentos: o que é que gosta e tem jeito para fazer? Com base nesses talentos determine de que forma os pode valorizar para aumentar o seu rendimento, será que pode dar formação ou apresentar um novo projeto na empresa onde trabalha? Ou tem jeito para trabalhos manuais e pode arranjar roupa ou fazer álbuns fotográficos?
Concentre-se naquilo que já tem e não no que falta
Mais do que ser positiva, seja grata! Quando, para escrever o meu primeiro livro de finanças pessoais, pesquisei exemplos de pessoas financeiramente bem-sucedidas, comprovei que uma das suas características é terem níveis de apreço e gratidão elevados, reconhecendo diariamente tudo aquilo que de material e imaterial (saúde, família, amigos, etc.) têm na vida. Por isso, proponho que todos os dias faça uma lista das coisas que conquistou e pelas quais se sente grata, pois não só irá reduzir a vontade de comprar mais e mais, mas também a capacitará a criar mais porque reconhece a sua capacidade de criar tantas coisas boas na sua vida! Outra forma de reconhecer o quanto já tem na sua vida é doando. Se não tiver dinheiro a mais, se calhar tem roupas, livros, brinquedos, ou tempo, o seu ativo mais precioso: tempo, doar ajuda a fortalecer essa capacidade de criar! Este exercício é particularmente importante para quem perdeu o emprego ou viu os seus rendimentos diminuírem, pois por definição são situações que afetam a autoestima.
Não se esqueça…
Treine, treine, treine
Dominar estas competências do dinheiro requer treino diário e acima de tudo que se lembre sempre que o seu valor depende daquilo que é, não daquilo que tem!
O que impede muitas vezes uma boa gestão financeira é baseá-la em decisões demasiado emocionais – medo de perder o amor, culpa por não poder dar mais, etc. – e exemplo típico disso são os pais que não conseguem dizer não aos filhos mesmo quando não podem gastar, ou as mulheres que também não conseguem estabelecer limites financeiros perante os seus maridos.
Portanto, se sente dificuldade em implementar estes mandamentos na sua vida diária, faça formação, coaching ou aconselhamento com um especialista, lembre-se que às vezes para fazer diferente ou para fazer melhor ajuda ter um treinador, que nos leve a um estado de motivação necessária para implementar um novo plano de ação financeiro na nossa vida!