Há quem goste e esconda a tralha em armários bem fechados, há quem colecione todos os rabiscos dos filhos, quem guarde o computador durante 20 anos, ou que não queira separar-se dos seus livros, mesmo que não tenha conseguido passar da segunda página… Para Peter Walsh – guru da organização, presença assídua nos programas e revista de Oprah Winfrey e autor de vários livros sobre este tema – existem 4 grandes tipos de ‘acumuladores’. Veja com qual se identifica e como pode solucionar o problema.
A perfeccionista
À primeira vista tudo parece estar bem organizado, desde que não se abra as portas dos armários. Aí é o salve-se quem puder: desde lâmpadas fundidas, torradeira que já não funciona, decorações de Natal, pastas com recibos multibanco do século passado, o casaco com um botão por pregar (há meses)… O seu problema é que gosta de tudo perfeito, mas como não há soluções perfeitas ‘esconde’ no armário, para não a perturbar.
Como dar a volta: Comece aos poucos e com objetivos realistas. Não pense: é agora ou nunca. Mais vale tirar 15 minutos todos os dias durante uma semana para ir dando vazão à tralha acumulada. Se partilha a tralha com outra pessoa, convide-a para se juntar a esta missão, mas se tem receio de perder a mão, avise-a de que a última palavra é sua. Também pode convidar uma amiga que a chame à razão quando recusar livrar-se do blusão de penas rosa-choque que usava há 20 anos.
A bibliotecária
O saber não ocupa lugar? O problema é que ocupa e muito, pelo menos físico. Sabemos que tem uma especial afeição pelos suplementos de viagens de revistas, mas de 1985 não vale a pena guardar. Assim como as fotocópias do tempo da faculdade, vai voltar a pegar nelas? E os livros infantis, agora que os seus filhos estão na adolescência, não estará na altura de passá-los a outras crianças?
Como dar a volta: Se tem dificuldade em separar-se das suas revistas favoritas e tem problemas de espaço, mantenha os números que mais gosta, as 2 últimas edições e o resto tem de ir à vida. Se a sua sala já não comporta mais livros, que tal investir num tablet? As versões digitais são mais baratas, não se enchem de pó nem empilham prateleiras. Guarde 2 ou 3 livros preferidos dos seus filhos e doe o resto. Um truque: defina bem o espaço dedicado a livros e revistas e não o ultrapasse.
A tecno-colecionadora
Caixas e gavetas cheias de computadores dos tempos de estudante, videogravadores e vídeos, controlos remotos, cassetes que ouvia no seu walkman (que ainda guarda), telemóveis do tempo da outra senhora e mais cabos e carregadores.
Como dar a volta: A tecnologia avança muito depressa, o que foi lançado há um ano é quase obsoleto hoje, por isso não vale a pena guardar o computador de há 20 anos. Porque não recicla através da empresa Reci Qwerty (info: www.reciqwerty.pt)? Para não se perder com tanto cabo e gadgets que AINDA funcionam, Peter Walsh aconselha a arranjar caixas e etiquetá-las de forma a identificar o seu conteúdo: cartões de memória e carregadores da máquina fotográfica; acessórios do smartphone, iPod e afins; e por fim os discos externos e pens da net móvel.
A sentimental
Se formos a sua casa, o que vemos? Caixas cheias de fotos de família (embora a maior parte não faz ideia de quem sejam), roupa de bebé dos seus filhos, TODOS os trabalhos manuais deles, os desenhos com rabiscos indecifráveis, o casaco do bisavô Bento (ou melhor, o que as traças deixaram para si), os naperons bolorentos da sua infância, o sabonete Lux envolto em croché que lhe ofereceram em 1985…
Como dar a volta: Destine uma parede de sua casa à sua família e pendure as fotos mais emblemáticas. As outras devem ser guardadas numa bonita caixa bem identificada. Quanto aos rabiscos dos seus filhos, peça-lhes para eles escolherem os mais bonitos, compre umas molduras giras e pendure na parede.