Taiba Ysuf, 15 anos.jpg

Brian Sokol

Taiba, 15 anos, não tem nada na mão. Taiba tem a mão vazia, singular, porque perdeu um dos braços há quatro anos, por causa do tétano. Taiba saiu da sua aldeia Lahmar, no Sudão, Estado do Nilo Azul, com a sua mãe e os oito irmãos numa viagem dolorosa, sem água nem comida, até ao Sudão do Sul, onde chegou ao campo de refugiados de Jaman. 

Amuna, 30, olha de frente para a câmara e podemos descortinar um pouco de orgulho nos olhos cansados, no rosto precocemente marcado. No topo da cabeça, segura a panela com que alimentou os quatro filhos na longa jornada que a fez percorrer os quilómetros entre a aldeia de Jaw, Estado do Nilo Azul, e o Campo de refugiados Yusuf Batil, no Sudão do Sul, 

Nora não sabe a sua idade, mas no campo de refugiados do Doro, província de Maban, Sudão do Sul, fez questão de mostrar o cesto de madeira que lhe permitiu carregar o filho com ano durante a viagem de quatro meses. Já Hanan, a sua filha de dois anos, e Nguma, o filho de três, fizeram a viagem pelos seus pés.

‘A Coisa Mais Importante’ não é uma frase que dê aqui tema a um livro de refleção filosófica, a um congresso político ou a um workshop de auto-ajuda. ‘A Coisa Mais Importante’ é mesmo ‘A Coisa Mais Importante’. Tão real, tão visível no rosto daqueles homens e mulheres, que se torna doloroso. Porque nunca pensámos nisso. Nunca nos confrontámos com o desespero de ter de partir, transportando apenas o que a força dos braços e das pernas permite carregar. Para nós a casa é lugar seguro, inviolável, sagrado. Mas, e se tivéssemos de fugir? Se disso dependesse a nossa vida? Se a guerra, os conflitos armados,  a perseguição étnica, a pobreza e a fome nos forçassem a deixar para trás tudo o que possuímos e que tomamos como certo? O que levaria consigo se tivesse um minuto antes de ter de deixar a sua casa?

Quando o fotógrafo Brian Sokol partiu até aos campos de refugiados do Sudão do Sul quis saber qual era o objecto mais importante para aqueles que tiveram de deixar, do dia para a noite, contra o seu desejo, as suas casas, percorrendo centenas de quilómetros a pé, através do deserto, muitos sem água potável ou comida, até aos campos de refugiados.

As imagens que captou integram a premiada exposição ‘A Coisa Mais Importante’, trazida para o nosso país pela Ikea Foundation e ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), no âmbito da campanha ‘Uma Vida Melhor Para os Refugiados’, que decorre nas lojas Ikea. As fotografias deBrian Sokol  encontram-se expostas na praça principal do Centro Cultural em Belém , para visitar entre 6 de fevereiro e 8 de março.

São 14 imagens, 14 histórias de refugiados do Sudão do Sul que, devido à guerra, foram obrigados a deixar as suas casas, trazendo consigo apenas o essencial – e é esse objeto que conta a sua história. Estas 14 histórias são um grão de areia num universo em que cresce assustadoramente o número de refugidos – e esse universo é o nosso. Neste momento existem cerca de 13 milhões de refugiados em todo o mundo, metade dos quais são crianças.

E num campo de refugiados o que é a coisa mais importante? Sem dúvida, a água potável, mas o que fazer quando não há luz além a do sol? Imaginemo-nos a viver na mais profunda escuridão depois do sol desaparecer no horizonte –  e no deserto é noite a partir das quatro e meia da tarde. Como podiam os seus filhos fazer os trabalhos de casa, brincar, sair para a rua, cozinhar, ler uma história, fazer um jogo?

Porque a escuridão pode ser assustadora, porque cria situações de insegurança, porque rouba tempo ao tempo, com a iniciativa “Uma Vida Melhor para os Refugiados”, a IKEA Foundation e o ACNUR trabalham para melhorar a vida de milhares de crianças e famílias, proporcionando o acesso a iluminação quando o sol se põe, através de lanternas solares, utilizadas nas atividades do seu dia a dia e, até, como fonte de carregamento de telemóveis.. Assim, e de modo a poder envolver os seus clientes nesta causa, por cada lâmpada LED vendida nas lojas IKEA em todo o mundo, entre 1 de fevereiro e 28 de março, a IKEA Foundation doa 1€ ao ACNUR para melhorar a vida nos campos de refugiados.

Os fundos angariados irão melhorar o acesso à iluminação, a soluções de energia renovável e a educação primária em campos de refugiados na Ásia, África e no Médio Oriente.Em 2014, a campanha permitiu ajudar 11.000 refugiados sírios do campo de Azraq, na Jordânia.

Em 2015, espera-se que seja ainda mais elevado o valor arrecadado e que assim a luz chegue a mais refugiados em campos espalhados por vários países. Já sabe: só tem de comprar uma lâmpada  e vai estar a dar luz não só à sua casa, mas a quem foi expoliado do direito de ter uma.

Saiba mais em www.IKEAfoundation.org e www.facebook/IKEAfoundation

Veja a reportagem da  SIC no recém criado campo de refugiados de Az-raq,

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