Foi no final de outubro do ano passado que as Docas de Santo Amaro, local icónico de Lisboa, receberam um novo restaurante que está a causar sensação: Contra. Fomos lá em meados de janeiro para perceber o porquê de, em tão pouco tempo, já ser um caso de sucesso. Percebemos que tal faz sentido e que se deve a um importante conjunto de factores.
Em primeiro lugar, a localização à beira-rio é verdadeiramente privilegiada. Convida a momentos na esplanada em dias de sol, com família e amigos, sendo que, de noite, recebe música e animação, tornando-se um espaço ideal para um serão mais divertido.
Todo o local foi remodelado antes de abrir, revelando uma decoração que une o moderno ao sentido de humor, com espaço para um baloiço interior que faz as delícias dos mais novos e sendo o novo lar da estátua Crista Rainha, de autoria de Leonel Moura, que rouba atenções a todos os que passam e faz com que seja irresistível tirar uma fotografia (confesso que tirei. Como não?).
Fiz a visita ao Contra num dia de sol. Não resisti em ficar na esplanada para aproveitar este calor reconfortante que se sente em pleno inverno. Enquanto observava a carta e via a oferta do restaurante, aceitei um cocktail. Escolhi o Barbie (6.5 euros), que me foi apresentado como um bestseller. Feito com beefeater de framboesa, limão, xarope de baunilha e tomilho, e clara de ovo é doce, mas não de forma excessiva, e fresco.
Ao olhar para as opções da carta, reparo logo que existem opções bem diferentes. De tacos a ceviche, pratos de peixe a hambúrgueres, carnes grelhadas a saladas. Manuel Bonneville um dos sócios responsáveis pelo Contra, explica que a ideia era mesmo essa: ser feita uma carta que se opõe à ideia de um estilo de cozinha único, mas sim de garantir a confeção, com a melhor qualidade de produtos que são apreciados e podem ir ao encontro dos mais diferentes gostos. Uma explicação que justifica a carta e o nome escolhido para o espaço.
Para começar a degustação, somos apresentados com um cesto com diferentes tipos de pão (e onde o com carvão ativado salta à vista pela cor) e com três variedades de manteiga, cada uma delas mais gulosa (fiquei fã da de chipotle maple syrup) do que a outra (2.20 euros por pessoa).
Chegam então os Veggie Croquetes (5.60 euros) que surpreendem pelo sabor tão semelhante a alheira. Depois, mais um bestseller, desta vez os Tacos de Camarão (9.40 euros), feitos com camarão panado, guacamole, cebola roxa, pico de gallo, coentros, lima e jalapeños. Segue-se, um Tartare à Tuga (9.60 euros) que apresenta novos sabores e faz a maciez do tártaro contrastar com o crocante dos restantes ingredientes. A maior surpresa, para mim, foi para o Ceviche Quase Clássico (10.20 euros) confecionado com o peixe do dia, neste caso corvina, batata doce, cebola roxa, leite de tigre e chips de batata.
Entradas consistentes e ricas em sabores que me fizeram pensar que seria perfeitamente possível fazer uma refeição só com opções deste género.
Mas não segui a ideia de ficar só pelas entradas e quis experimentar alguns pratos principais. Fui informada que as carnes causam sensação, por serem de grande qualidade e grelhadas com uma pedra de sal. Contudo, olhei para as outras opções e fiz escolhas diferentes. Optei pelo peixe.
Experimentei a Corvina Thai (15 euros), grelhada e acompanhada com leite de côco, lima kaffir, citronela com legumes grelhados e arroz branco. Um prato que volta a apresentar ingredientes frescos e sabores que deliciam.
É impossível não olhar para as sugestões de sobremesas no final da refeição. Após alguma indecisão, optei pela Burnt Lemon Pie (6 euros) e fico muito agradada. Uma sobremesa merengada com diferentes tonalidades do sabor cítrico e que nos faz saltar entre estas distinções.
Terminada a refeição, senti-me satisfeita e com vontade de regressar. Cada prato que foi apresentado tinha identidade própria, com sabores próprios e deliciosos. Foi uma refeição deliciosa, com a localização à beira-rio, a decoração do espaço e a música ambiente a tornarem a experiência ainda mais prazerosa.