A sua área de formação é em Matemáticas. Como começou a trabalhar com joias?
Comecei a trabalhar nisto através do meu ex-marido e mais tarde, abri uma loja para mim em moldes diferentes.
Qual o seu percurso até então?
A minha primeira loja foi em Cascais e tem a de Lisboa há 12 anos. A de Cascais correu bem mas queria vir para Lisboa. Felizmente esta também está a correr bem e estou contente.
Como é o seu dia-a-dia profissional?
É passado aqui, não tenho empregados, sou só eu, faço de tudo um pouco.
As suas funções passam por…?
Comprar peças cá ou no estrangeiro, vender as peças, sou também a vitrinista, vou a feiras, etc, etc.
Que tipo de decisões tem de tomar no exercício das suas funções?
Tomo várias decisões mas são todas muito subjetivas, pois tudo passa pelo meu gosto, sobretudo a escolha das peças, confesso.
Como é trabalhar nesta área, o que tem de especial?
Gosto imenso e é uma tendência pessoal. Gosto de lidar com estes objetos, para mim é muito importante trabalhar em estética dos objetos, interesso-me por saber se as joias estão bem desenhadas, de acordo com a época. Preocupo-me com a forma e o desenho, se a peça é uma cópia ou não do que propriamente o tipo de materiais que têm.
Também me permite viajar alguma coisa, embora encontrar peças no estrangeiro não seja algo óbvio, especialmente porque geralmente são mais caras do que em Portugal. As viagens são importantes sobretudo, para percebermos o que se está a passar lá fora. Vou mais à Europa, Paris, Londres, Itália.
Com que critérios seleciona as peças?
Antigamente gostava das peças entre os anos 30 e os 70, era um bocadinho preconceituosa com o século XIX, pois era o século das cópias, o neoclássico, os ‘neos’ todos… e como eu gosto é das coisas de época… Mas ao longo do tempo fui perdendo esses preconceitos, afinal, e ao longo das épocas se fizeram sempre coisas boas e más.
Existe um mercado português para isto?
Sim, claro. É um nicho de mercado muito pequeno, até porque os portugueses são muito conservadores o que não está tanto de acordo com as peças que eu aqui tenho. De qualquer forma, há gente mais informada e voltada para esta área que vão aparecendo, mas dá para fazer o que gosto. Também tenho clientes estrangeiros.
Como definiria as suas clientes?
Aparecem pessoas muito engraçadas e informadas. Geralmente entre os 30 e os 50 anos, embora na realidade tenha um leque mais abrangente. São pessoas muito diferentes, que gostam de arte contemporânea e arquitetura. Todos têm uma mente aberta e curiosidade sobre a arte em geral. Não são tão tradicionais ou conservadores.
Qual a sua relação pessoal com as joias?
Gosto muito de oferecer e de receber mas ninguém me oferece porque como tenho a loja cheia de joias… Aquela que tenho e raramente largo é a minha aranha de ouro porque sou supersticiosa e não a vendo, é um bocadinho fetiche.
Qual o papel das joias na vida de uma mulher?
É um adereço, as mulheres sempre gostaram de joias. Depois, ligam a estética ao aspeto precioso e acho que as pessoas gostam de ter algo preciosa. Mas também conheço muitas mulheres que não ligam a joias, para elas é igual usar algo verdadeiro ou falso, no fundo, é só um adereço. Pessoalmente gosto daquela ideia do pequeno tesouro. Quem não tiver este espírito, já é um bocado indiferente usar uma joia ou não.
Qual o seu critério pessoal para usar uma joia?
Pessoalmente não era capaz de usar uma coisa falsa, preferia andar sem nada, seria perturbante usar uma coisa falsa. Gosto da ideia de tesouro. Também gosto de joias grandes.
As joias são um bom investimento porque…?
O ouro é sempre um valor seguro em tempos de crise, bem como, as pedras preciosas. Continua a ser uma boa garantia.
Os seus designers favoritos são…?
Não tenho favoritos. Gosto eventualmente do design nórdico e dos italianos, mas de ninguém em particular, especialmente dos anos 50 e 60 do século XX. E os americanos dos anos 50 fizeram coisas muito interessantes.
Por que é que a arte do seu antiquário seriam um bom presente de Natal?
Acho sempre que são um bom presente. São coisas diferentes e exclusivas, não há peças iguais, e os preços não são disparatados.
Onde as pessoas podem comprar as suas peças?
Rua da Escola Politécnica, 67 Príncipe Real, em Lisboa.
** Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico **
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