Em tempos ridicularizada pelo seu tom de pele, a modelo sul-sudanesa Nyakim Gatwech agora consta no livro de recordes do Guiness como a pessoa mais escura do mundo. Um “feito” estranho e questionável, mas que não deixa de servir um propósito maior: celebrar a beleza desta jovem, de 27 anos. E é nisso que preferimos concentrar-nos.
Gatwech referiu em revistas anteriores que foi vítima de racismo em muitas ocasiões, sendo que as pessoas lhe pediam para clarear a pele. Aliás, ganhou muitos fãs nas redes sociais quando partilhou que foi desafiada por um motorista da Uber a clarear a pele por 10 mil dólares. A sua resposta? “Nunca faria isso. Considero que a minha pele é uma bênção”.
A prática de recorrer a substâncias químicas para reduzir a concentração de melanina na pele é muito comum em vários países africanos e asiáticos, bem como na Índia, e estes produtos estão associados a uma série de problemas de saúde, incluindo cancro.
Apesar de ter tido problemas de autoestima, Nyakim aprendeu a sentir-se confortável na sua pele e fez daquilo que os outros viam como uma desvantagem o seu cartão de visita. Tornou-se modelo e ajudou a quebrar barreiras e os padrões convencionais de beleza.
A manequim, que agora vive nos Estados Unidos e terá uma fortuna avaliada em 4 milhões de dólares, não só é ativista pela representatividade na indústria da moda, como também uma voz pelos direitos dos negros em todo o mundo. Os fãs chamam-lhe “Rainha da Escuridão” – um título que aceita com orgulho.
“O preto é ousado, o prelo é lindo, o preto é ouro. Não deixem que os padrões americanos danifiquem a vossa alma africana. Amem a vossa pele, independentemente do tom que ela possa ter,” lê-se numa das suas legendas no Instagram.