Sara Khadem, uma das melhores jogadoras de xadrez do Irão, tornou-se num dos nomes mais falados dos últimos dias. Isto porque, durante o torneio internacional de xadrez no Cazaquistão, decidiu competir sem o véu, indo contra as regras de vestuário do seu país. Após esta tomada de posição, foi noticiado que Sara, de 25 anos, teria que se mudar para Espanha com a família, por medo de represálias.
Contudo, a jogadora decidiu esclarecer estes rumores, através das suas redes sociais: “Há rumores sobre mim, sobre a possibilidade de me tornar uma refugiada, que decidi esclarecer. Não me tornei numa refugiada. A nossa saída do Irão é uma decisão de família, não é uma decisão política. O Irão continua a ser a nossa primeira casa e iremos regressar a ela no tempo certo”.
Embora Sara afirme que a saída do Irão não é uma decisão política, escolher não usar o hijab durante a competição foi uma opção totalmente política. Na verdade, Sara não é a primeira atleta iraniana a fazê-lo, desde a morte de Mahsa Amini, em setembro, quando foi presa por não usar o véu corretamente. Estas tomadas de posição traduzem-se numa atitude de protesto contra tudo o que o atual regime do Irão defende e representa outra forma de luta além das muitas manifestações que têm acontecido no Irão. Só nestes protestos já morreram mais de 500 pessoas e 18 mil foram detidas.