De que mundo é a doença diabetes? É esta a pergunta que hoje se faz no Ciclo das conferências ‘Diabetes século XXI: O Desafio’, uma iniciativa conjunta da Direcção-geral de Saúde, Sociedade Portuguesa de Diabetologia e Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, que decorre hoje pelas 18h, na Escola
da Diabetes Ernesto Roma.
Em tempos, esta doença foi considerada típica dos países ocidentais mais ricos, mas hoje 80% das mortes relacionadas com a diabetes ocorrem em países com rendimentos médios ou baixos.
Entre os oito países que integram a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) os três que demonstram taxas mais elevadas são Brasil (10,52%), Portugal (9,56%) e Cabo Verde (5,43%). Nesta doença, é preciso também ter em conta fatores genéticos, que podem, por exemplo, explicar uma maior insulinorresistência entre indivíduos de
origem africana e uma menor produção de insulina entre populações do leste
asiático.
“Desde
1980, nos países lusófonos, tanto o excesso de peso como a obesidade têm
crescido a taxas que em alguns casos são verdadeiramente assustadoras: como a
do aumento do excesso de peso em Cabo Verde e da obesidade em Portugal.
Enquanto no Brasil e em Portugal a epidemia do excesso de peso e da obesidade é
tendencialmente masculina, nos estados lusófonos africanos é marcadamente
feminina”, afirma o professor Paulo Ferrinho, o diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa.
Destaque, ainda, para o facto de a diabetes aparecer em pessoas cada vez mais jovens. Nas crianças, a única doença crónica mais
prevalecente que a diabetes é a asma.
A conferência de hoje conta com a participação de Paulo Ferrinho, José Manuel Boavida (diretor do Programa Nacional
para a Diabetes) e Francisco George, diretor-geral da Saúde.