As doença cardiovascular continua a ser aquela que mais mata e mais sequelas graves de saúde deixa, em Portugal. Os dados são do Núcleo de Estudos de Risco e Prevenção Cardiovascular, que alerta ainda para a importância da prevenção e consciencialização quanto a este problema de saúde pública, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Coração, que se assinala a 29 de setembro.
As doenças cardiovaculares mataram mais de 22,500 pessoas em Portugal, só em 2013. O número de óbitos por doença vascular cerebral foi de 11.751 (depois dos 65 anos, a taxa de mortalidade cresce exponencialmente). A doença cardíaca isquémica, por sua vez, foi causa de 6.526 mortes e os óbitos por enfarte do miocárdio afetaram 4.292 indivíduos. As boas notícias são de que a tendência tem sido para um decréscimo progressivo destes números – pela 1ª vez, um valor inferior a 30%.
Pedro Marques da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos de Risco e Prevenção cardiovascular, considera que “a Medicina Interna – pela sua responsabilidade no sistema de saúde português, pelo carácter holístico do seu saber médico e pela sua maior dedicação à prevenção da doença e a melhoria da qualidade de vida – tem, neste contexto, uma dupla aptidão: racionalizar o conhecimento e implementar os esquemas de prevenção e tratamento que, em fases diversas e em momentos complementares, são tão indispensáveis. Com isso, pretendemos abrir o real a uma outra realidade: a prevenção cardiovascular. Tornar plausível o lema deste ano do Dia Mundial do Coração: “Power you Life”. Reafirmar, perante a Sociedade e o Doente, diante os nossos pares e todas as Sociedades congéneres, que gostaríamos de estar irmanados num projeto comum. A realidade epidemiológica da sociedade portuguesa assim o exige.”