Botões de elevadores, corrimões, puxadores… é impossível evitar superfícies infestadas com germes no nosso dia-a-dia, daí a importância de lavar as mãos de forma minuciosa e com regularidade.
Embora não haja uma maneira de garantir que as superfícies públicas são higienizadas rotineiramente, existe uma que está sempre em contacto com as suas mãos e com o seu rosto, e sobre a qual tem controlo: o seu telemóvel.
Quão sujo pode estar um smartphone?
De acordo com um estudo de 2017, publicado na revista científica “Germs”, que analisou 27 aparelhos pertencentes a adolescentes, os ecrãs abrigavam vírus e bactérias, incluindo E. coli, Staphylococcus aureus Streptococcus, entre outros.
É importante sublinhar que os telemóveis não são os principais culpados da disseminação de doenças, mas alguns vírus podem ficar em superfícies inanimadas durante mais tempo do que se pensa.
“A maioria dos vírus da gripe pode sobreviver desde algumas horas até 9 dias, dependendo da temperatura e humidade relativa,” explica o Dr. Charles Gerba, professor de epidemiologia e bioestatística no departamento de Ciência Ambiental da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, ao site “Good Housekeeping”. “Contudo, os não vírus podem sobreviver nas superfícies até durante quatro semanas.
E no caso do coronavírus?
Não se sabe com exatidão quanto tempo o novo coronavírus sobrevive em cada tipo de superfície, mas estudos realizados com outros organismos da mesma família — como o Sars-CoV e o Mers-CoV — dão pistas sobre o seu comportamento no ecrã de um telemóvel, por exemplo.
Um documento publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2003 sugere que o Sars-CoV sobrevive cerca de 96 horas (4 dias) no vidro — justamente, um dos materiais mais presentes nos smartphones. A estimativa é corroborada por um estudo mais recente, da autoria de investigadores alemães, publicado em janeiro passado no “Journal of Hospital Infection”.
A investigação analisou os resultados de outros 22 trabalhos científicos e avaliou a resistência do coronavírus em materiais como o vidro, o plástico e o alumínio, entre outros. O resultado? Em alguns casos, nomeadamente em metal, PVC, papel e cerâmica (azulejos, tijoleiras), pode sobreviver até durante 5 dias.
Plano de ação
Dito isto, Carolyn Forte, a diretora do Good Housekeeping Institute Cleaning Lab, diz que desinfetar o telemóvel pode reduzir o risco de contacto com germes, especialmente durante a temporada da gripe, mas a prática não deve tirar-lhe o sono.
No que diz respeito a limpar o aparelho, o primeiro passo deve ser não usar os mesmos produtos adstringentes que usa para limpar superfícies de plástico e de vidro noutras partes da sua casa, como a lixívia pura, produtos de limpeza de metais ou produtos de limpeza específicos para casas de banho.
“Nunca pulverize nada diretamente no telemóvel e evite saturá-lo com produto, uma vez que não quer que ele fique molhado,” aconselha Forte, acrescentando que também devemos evitar produtos abrasivos.
Similarmente, a Apple adverte os clientes de que os materiais pesados de limpeza comercial podem danificar os revestimentos resistentes às impressões digitais nos ecrãs e, possivelmente, riscar as frentes de vidro, enquanto a Samsung divulgou o mesmo aviso em relação aos populares modelos Galaxy.
Percorra a galeria e veja como desinfetar o seu telemóvel, passo a passo.