Está na dúvida se deve ou não tomar a vacina da gripe? E será que esta nos defende contra o coronavírus? De acordo com a americana CDC, este ano é “mais importante que nunca” ser vacinado – mesmo que a vacina contra a gripe não mostre ter efeito protetor contra a covid-19.
Vejamos os factos: as vacinas contra a gripe fazem com que se desenvolvam anticorpos no nosso organismo cerca de duas semanas após a toma. Ora, mesmo que não sejam 100% eficazes, isto é, mesmo que apanhemos gripe, a vacina minimiza as possíveis consequências da mesma.
Quanto à covid-19, o professor de doenças infecciosas David Cennimo afirma, em conversa com a Shape: “a vacina da gripe apenas nos protege contra o vírus influenza e os tipos de vírus da gripe incluídos na vacina daquele ano. O coronavírus SARS-CoV-2 é demasiado diferente do vírus influenza para beneficiar de alguma proteção da vacina“.
E Richard Watkins, médico de doenças infecciosas, acrescenta: “os anticorpos que o sistema imunitário desenvolve após receber a vacina contra a gripe não reconhecem o SARS-CoV-2“.
Então, devemos ou não tomar a vacina da gripe?
Importa esclarecer que é possível estar com gripe e covid-19 em simultâneo. Tendo isto em mente, destaca-se o primeiro grande benefício da vacina da gripe: caso surjam sintomas – e tendo em conta que ambas se manifestam de forma semelhante -, as hipóteses de se tratar de covid-19 serão maiores, facilitando o diagnóstico e tratamento.
Além disso, ao reduzir as hipóteses de vir a ficar infetado com a gripe, está também a reduzir as possibilidades de sofrer graves consequências derivadas da infeção pelos dois vírus em simultâneo. “A gripe pode deixar-nos mais suscetíveis a ficar infetados com covid-19“, acrescenta ainda Cennimo.
Por fim, ao optar por tomar a vacina contra a gripe, está também a prevenir a saturação de hospitais com casos que podem facilmente ser confundidos com covid-19, mas que não o são. Dito isto, esta deve ser sempre uma decisão tomada após discussão com o seu médico.