
Numa altura em que o grande objetivo é conseguir a imunidade de grupo, para combater a pandemia da covid-19, surge a notícia de que a primeira geração de vacinas se pode tornar ineficaz no espaço de um ano. O motivo é simples: o facto de os países mais pobres terem menor acesso à vacinação dá espaço a que surjam novas variantes do vírus. É, portanto, essencial, que o combate à pandemia seja global.
Dois terços dos epidemiologistas, virologistas e especialistas em doenças infecciosas inquiridos pela People’s Vaccine Alliance acredita na ineficácia deste primeira geração de vacinas em 12 meses ou menos. Os restantes, acreditam que será em menos de 9. 88% dos especialistas refere a tal baixa cobertura de vacinas em vários países, o que favorece o surgimento de mutações do vírus.
“Surgem novas mutações todos os dias. Às vezes, conseguem encontrar um nicho que as torna mais adequadas do que as suas antecessoras. Estas variantes sortudas podem transmitir-se mais eficientemente e potencialmente escapar à resposta imunitária das variantes anteriores”, explica Gregg Gonsalves, professor associado de epidemiologista na Universidade de Yale, citado pelo The Guardian.
Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, referiu: “O Norte global totalmente vacinado voltará a ficar vulnerável às novas variantes do vírus, portanto, é do interesse de todos garantir que, assim que possível e de uma forma justa, todos sejam vacinados em todo o lado e que as vacinas sejam consideradas um verdadeiro bem público global“.
Por fim, Max Lawson, presidente da People’s Vaccine Alliance, deixa um alerta: “A urgência que vemos nas nações ricas para vacinar as suas populações, querendo atingir toda a população adulta até ao verão, não é refletido a nível global. Em vez disso, temos a Covax a apontar para talvez 27% no final do ano, se conseguirmos administrar isso – simplesmente não chega”.