Se depender de um dos maiores estudos globais já feitos para determinar o impacto do álcool na saúde humana, slogans como o famoso “beba com moderação” estão com os dias contados.
Após analisar os hábitos de consumo e as suas repercussões em mais de 100 mil pessoas de 195 países, entre 1990 e 2016, um grupo de investigadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, concluiu que não existe um limite seguro para a ingestão de bebidas alcoólicas. E os especialistas fazem outro alerta: as vantagens daquela taça de vinho diária recomendada pelo bem da saúde do coração não compensam certos malefícios como, por exemplo, o maior risco de cancro.
Para chegarem ao veredicto, os cientistas americanos dividiram os participantes em dois grupos: os que bebiam e os abstémios. Durante o processo, notaram que a propensão para problemas, incluindo cancro, enfarte, AVC, cirrose e até mesmo violência doméstica aumentava à medida que as quantidades ingeridas e a frequência de consumo aumentavam. O risco de adoecer crescia 0,5% entre quem ingeria uma dose por dia (como uma lata de cerveja ou uma taça de vinho), subia para 7% nos voluntários que cediam a duas doses e disparava para 37% na ingestão de cinco doses diárias.
Ainda que alguns estudos falem nos potenciais benefícios do consumo leve ou moderado, isto não pode ser generalizado porque os efeitos do álcool também dependem do historial médico e de riscos individuais. Por essa razão, e pensando em minimizar os riscos da população, a recomendação mais segura será mesmo não beber.