Embora não seja segredo que os químicos tóxicos presentes em desfrisantes de cabelo já foram associados ao risco aumentado de cancro da mama (e a subtipos mais agressivos da doença), um novo estudo sugere que os parabenos podem estimular a disseminação de células cancerígenas em mulheres negras.
Este trabalho foi levado a cabo pela Bench to Community Initiative, um projeto que une cientistas, ativistas comunitários, sobreviventes oncológicos e cabeleireiros para estudar a ligação entre componentes químicos em produtos para cabelos afro e cancro da mama. Os especialistas determinaram “que os parabenos aumentaram o crescimento de células de cancro da mama em mulheres negras, mas não afetaram as células de cancro da mama em mulheres brancas na mesma proporção”, relata o Business Insider.
Os parabenos são uma classe de substâncias químicas usadas para impedir o crescimento de mofo e bactérias nos produtos de beleza, prolongando a vida útil. Porém, em humanos, podem imitar a hormona estrogénio, o que pode levar a um crescimento celular perigoso.
“As mulheres negras têm maior probabilidade de comprar e utilizar estes tipos de químicos, mas não temos muitos dados sobre como os parabenos podem aumentar o risco de cancro de mama nas mulheres negras”, diz Lindsey S. Treviño, investigadora principal do estudo, num comunicado de imprensa.
A perita acrescenta que isto acontece porque as mulheres negras não são escolhidas para participar na maioria dos estudos que analisam esta ligação. “Além disso, os estudos para testar essa ligação usam somente linhas celulares de cancro de mama de mulheres brancas”.
As mulheres negras são particularmente afetadas pelo cancro da mama. Este grupo demográfico tem uma taxa de mortalidade por cancro da mama 41% maior, diz a Breast Cancer Research Foundation dos Estados Unidos, sendo que aquelas com menos de 50 anos têm o dobro da taxa de mortalidade por cancro da mama comparativamente a mulheres brancas.
“Estes resultados fornecem novos dados de que os parabenos também causam efeitos nocivos em células de cancro da mama em mulheres negras”, conclui Treviño.