O cancro da tiroide mais frequente é o carcinoma diferenciado da tiroide. Tal como o nome sugere, as suas células mantêm algumas características das células tiroideias normais, o que facilita o seu tratamento. O carcinoma papilar e o folicular são carcinomas diferenciados – o papilar representa 70-80% de todos os cancros da tiroide e o folicular 10-15%. Estes tipos de cancro têm muito bom prognóstico, desde que convenientemente tratados, com uma taxa de mortalidade muito baixa. O carcinoma medular da tiroide é menos frequente e aparece em cerca de 5-10% dos casos, tem um prognóstico mais reservado que o diferenciado e o carcinoma anaplásico é muito raro – menos de 2% dos casos, com uma taxa de mortalidade muito elevada.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é fácil e inicia-se com a palpação cuidadosa da tiroide que se localiza na face anterior do pescoço e dos possíveis gânglios que se localizam lateralmente. Quando há suspeita de um nódulo da tiróide e/ou este é palpável segue-se a realização de uma ecografia cervical, exame acessível, de baixo custo e sem riscos de radiação para a pessoa. A ecografia é o exame mais sensível que permite detectar e caracterizar os nódulos da tiroide, mas tem indicações específicas, ou seja, não deve ser pedido por rotina quando a pessoa em questão não apresenta qualquer queixa relacionada com a tiróide.
Quando os nódulos apresentam algumas características ecográficas que possam fazer suspeitar de malignidade ou têm mais de 1,5 – 2cm devem ser submetidos a uma punção (biópsia) aspirativa com uma agulha fina – são retiradas células que depois de coradas com reagentes específicos e observadas ao microscópio (exame citológico da tiroide) permitem, na grande parte dos casos, classificar o nódulo como benigno ou maligno – cancro.
Quais os primeiros sintomas da doença?
Pode ser assintomática? O que fazer nesses casos?
O cancro da tiroide pode ser completamente assintomático. Contudo, o aparecimento de uma tumefacção (inchaço) na parte anterior ou lateral do pescoço de crescimento rápido, dura e pouco móvel pode ser o primeiro sinal de cancro da tiroide. Mais ainda se esta se acompanhar de rouquidão ou dificuldade em engolir. No entanto, não esquecer que a maioria dos nódulos da tiróide são benignos e nódulos de pequeno volume ou quistos podem não representar qualquer problema para a pessoa.
Como melhorar o diagnóstico da doença?
É de realçar que uma ecografia do pescoço deve ser realizada sempre que aparece uma tumefação. Não tem interesse realizar ecografias apenas para “despistar” nódulos, a menos que haja uma história familiar de cancro da tiróide na família e o médico assim o indique. Os nódulos da tiróide devem ser avaliados por médicos especializados no seu seguimento.
Quem são as pessoas mais afetadas (faixa etária, sexo)?
O cancro da tiróide é cerca de 4 vezes mais frequente na mulher. Pessoas com mais de 40 anos, com familiares com história de cancro da tiroide ou que foram submetidas a radiações, principalmente radioterapia da cabeça ou do pescoço, têm maior probabilidade de desenvolver um cancro da tiroide.
Quais as melhores estratégias de prevenção da doença?
Na realidade não há uma verdadeira prevenção da doença. É importante manter hábitos de vida saudáveis com prática regular de exercício físico e estar atento aos sinais de aviso do nosso corpo, quando algo não anda bem!
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