Todos nós já tivemos pelo menos uma experiência inesperada (e um pouco embaraçosa) com a transpiração excessiva. Porém, para algumas pessoas, esta é uma luta diária, que é exacerbada quando as temperaturas começam a subir.
Porque é que eu transpiro tanto?
Se faz essa pergunta a si mesma repetidamente, mas ainda não encontrou respostas, veio ao sítio certo. Segundo o Dr. David Jack, renomado especialista em medicina estética, além das temperaturas elevadas, existem outros fatores que podem fazer-nos transpirar mais, nomeadamente:
- Mudanças hormonais;
- Hábitos de estilo de vida, como consumir demasiado álcool ou cafeína;
- Hipotiroidismo (uma tireóide hiperativa) ;
- Febres ou doença;
Dito isto, é importante sublinhar que a transpiração é um processo natural, responsável pela regulação da temperatura do nosso corpo. A eliminação do suor pelas glândulas sudoríparas da pele, também conhecida como sudação, ajuda a arrefecer o corpo, e é por isso que a maioria das pessoas tende a transpirar mais no verão.
O que é a hiperhidrose?
“A hiperidrose é uma condição médica que vai além da transpiração normal e envolve transpiração excessiva”, explica o médico britânico. “Pode afetar significativamente a vida diária de um indivíduo, levando a constrangimento social, redução da autoconfiança e interferência nas atividades diárias”.
Existem dois tipos principais de hiperidrose: primária e secundária. “A hiperidrose primária é a forma mais comum e geralmente começa durante a adolescência. Não tem causa médica subjacente e, muitas veze, é hereditária”, diz o perito. “Por outro lado, a hiperidrose secundária é menos comum e ocorre como resultado de uma condição ou medicação subjacente”.
É possível tratar a transpiração excessiva?
O tratamento da hiperidrose envolve diferentes opções, dependendo da gravidade e das necessidades do paciente.
Ainda de acordo com o Dr. Jack, os antitranspirantes tópicos com hexa-hidrato de cloreto de alumínio costumam ser usados para controlar a transpiração excessiva. Isto porque ajudam a reduzir a transpiração, bloqueando temporariamente as glândulas sudoríparas.
Outra opção de tratamento não invasivo é a iontoforese. “Envolve a imersão da área afetada na água e a passagem de uma corrente elétrica fraca. Este procedimento ajuda a bloquear temporariamente as glândulas sudoríparas”, esclarece.
Alguns medicamentos orais, como anticolinérgicos ou betabloqueadores, também são prescritos para reduzir a transpiração, mas o médico alerta para o facto de estes poderem ter efeitos colaterais.
“As injeções de toxina botulínica (Botox) são populares no tratamento da hiperidrose, principalmente nas axilas”, acrescenta o médico. “A toxina funciona ao bloquear os sinais nervosos que estimulam a produção de suor, proporcionando alívio por vários meses”.
Em casos graves, em que outros tratamentos falharam, procedimentos cirúrgicos como a simpatectomia (remoção de glândulas sudoríparas) podem ser considerados. Esses procedimentos desativam permanentemente as glândulas sudoríparas ou interrompem os sinais nervosos que desencadeiam a transpiração.
Se acha que sofre de hiperhidrose, o Dr. Jack recomenda procurar um médico que possa fazer um diagnóstico adequado e desenvolver um plano de tratamento personalizado. A boa notícia é que não faltam opções a considerar para gerir os sintomas e, por conseguinte, melhorar a qualidade de vida do paciente.