O ciclo menstrual pode influenciar o controlo do apetite e comportamentos alimentares. Se, por um lado, estamos bem conscientes da fome voraz e dos desejos por doces que, muitas vezes, acompanham as alterações hormonais; por outro, pouco ou nada se fala da realidade de quem tende a perder o apetite nesta fase.
De acordo com Kirsten Karchmer, uma acupunturista e autora americana que dedicou a carreira a ajudar as mulheres a lidarem com a síndrome de tensão pré-menstrual e com o transtorno disfórico pré-menstrual, o corpo produz significativamente mais progesterona na segunda metade do ciclo menstrual. A hormona tem um efeito relaxante sobre o músculo liso de várias partes do corpo, incluindo a barriga, que é bastante afetada pelos níveis mais elevados.
Além disso, acrescenta a especialista, quem sente muitas dores, reage como se estivesse numa situação perigosa — a chamada reação de lutar ou fugir, também conhecida como reação de stress agudo na Psicologia — e reduz o apetite (através de náuseas) para manter-se leve no caso de ter de defender-se.
Por fim, o corpo está sob uma grande quantidade de stress antes e durante a menstruação, e os sintomas do ciclo podem ser sinais de alerta. Ou seja, dizem-nos quais são as partes do corpo que precisam de atenção. Por exemplo, se tem náuseas, é uma boa ideia estar mais atenta ao seu abdómen/digestão. Dito isto, Karchmer conclui com um conselho: “As boas notícias é que se monitorizar os sintomas e trabalhar para melhorar as causas subjacentes, a menstruação em geral melhorará bastante”.