ATÉ AOS 29 ANOS
Análises ao sangue: Sobretudo a partir do primeiro ano de se ter o período menstrual, dado haver o perigo de poder desenvolver uma anemia de carência. Se comer pouca ou nenhuma carne vermelha, deve fazer uma alimentação equilibrada, substituindo a proteína animal por feijão vermelho, por exemplo (fale com um nutricionista para aprender a fazer uma alimentação vegetariana). Atenção à palidez e ao cansaço, sinais de falta de ferro no sangue. As análises servem também para vigiar a glicémia e gordura no sangue, importante para quem tem familiares com diabetes, doenças cardiovasculares ou colesterol.
1.ª consulta de ginecologia: Deve ser feita antes da primeira relação sexual, para tirar dúvidas, esclarecer sobre como melhor se proteger, não só de uma gravidez indesejada – escolher o melhor método anticoncepcional – como de infeções sexualmente transmissíveis. Se já tiver havido contato sexual, então deve fazer uma citologia ou teste Papanicolau, um exame ginecológico em que o médico retira algumas células do colo do útero e envia-as para análise, a fim de detetar precocemente se há células cancerígenas. O cancro do colo do útero é dos mais letais e Portugal um dos países europeus com maior incidência. Felizmente, as gerações mais novas estão mais protegidas já que a vacina contra o HPV – o vírus do Papiloma Humano que pode provocar este cancro – está disponível no Plano Nacional de Vacinação desde 2008. As citologias devem ser realizadas anualmente. Ainda nesta consulta, o médico deve ensinar a fazer a autopalpação mamária para depois o fazermos mensalmente em casa.
Controlo da tensão arterial: Deve ser efetuado pelo médico de família desde cedo, sempre que haja familiares diretos hipertensos. O normal é que antes dos 20 anos a tensão ande pelos 10-6 (num adulto os valores recomendáveis são 12-8). No entanto, devido a uma alimentação desequilibrada à base de junk food, já se detetam muitos miúdos com 14-9, muito elevado para a idade.
Estomatologia: Para limpeza e controlo de cáries e saúde das gengivas, anualmente.
Oftalmologia: Quem tem problemas de visão deve fazer um controlo todos os anos, para verificar se houve alterações. Se não tem problemas, até aos 45 anos pode fazer uma consulta a cada 5 anos.
DOS 30 AOS 39 ANOS
Citologia: Para vigilância e deteção do HPV, tumores cervicais, alterações pré-cancerosas ou cancerosas e outras infeções. Todos os anos.
Ecografia ginecológica: Pelo menos de 2 em 2 anos.
Ecografia mamária: De 2 ou de 3 em 3 anos se não houver queixas; anualmente caso haja familiares com cancro de mama.
Tensão arterial, análises ao sangue para controlar o colesterol, a glicémia em jejum, hemograma, ureia e valores da tiróide e fígado: fazer todos os anos.
ECG: Anualmente se tem familiares com doenças cardiovasculares; de 2 em 2 anos se não há queixas, problemas na família e se mantém um estilo de vida saudável (dorme bem, stress sob controlo, faz exercício e o seu perímetro abdominal é inferior a metade da sua altura).
Oftalmologia: Pelo menos de 2 em 2 anos. Se não sentiu dificuldade na década anterior, agora é muito provável que surjam as primeiras queixas, sobretudo de vista cansada por estar demasiadas horas à frente de ecrãs.
Estomatologia: É a década em que mais mulheres engravidam, recomenda-se um controlo mais apertado à sua saúde oral antes e depois dos 9 meses de gestação.
Vacinação: Veja se tem a vacina contra o tétano em dia.
DOS 40 AOS 49 ANOS
Ginecologia: Continue a ir a esta consulta todos os anos para fazer o Papanicolau da praxe e a ecografia ginecológica, mamária e abdominal.
Análises ao sangue: Hemograma, ureia, glicémia, tiroide, fígado, colesterol, anualmente.
Mamografia: Este exame serve de complemento à ecografia mamária e a partir desta idade pode ser realizada de 2 em 2 anos, ou anualmente se for detetado algo fora do normal ou se houver familiares com cancro de mama.
Otorrinolaringologia: Deve ser feito um exame para verificar se há perdas auditivas precoces a cada 3 anos.
Oftalmologia: A partir de agora convém ir a este especialista todos os anos para controlar a visão, medir a pressão ocular, o risco de glaucoma (que pode conduzir à cegueira) e averiguar o aparecimento de cataratas.
Colonoscopia: Costumava ser depois dos 50 anos, mas agora os médicos preferem fazer o despiste pelos 45, para se detetar precocemente lesões pré-malignas no interior do intestino. Sabia que o cancro do intestino é o que mais mata em Portugal? Onze pessoas por dia!
MAIS DE 50 ANOS
Análises ao sangue: Hemograma, ureia, glicémia, tiroide, fígado, colesterol, anualmente.
Nutricionista: No caso de ter ganho peso durante a menopausa. A obesidade leva a inúmeros riscos futuros para a saúde (cardiovasculares, alzheimer, AVC, etc.), por isso convém manter um peso saudável e fazer uma alimentação equilibrada. Nada de dietas malucas também, a fatura paga-se sempre mais tarde.
Tensão arterial: Em casa deve controlar a sua tensão arterial com regularidade (todas as semanas).
Ginecologia: A menopausa está aí, por isso convém falar com o seu especialista para saber os prós e os contras da terapia hormonal de substituição e como minorar os sintomas mais desagradáveis.
Cardiologia: Com menos estrogénio a circular no organismo, o risco de crise cardiovascular aumenta. Atenção, que os sintomas de um enfarte numa mulher podem não ser iguais aos de um homem, muitas vezes confunde-se com indigestão, cansaço e fadiga inexplicável, tonturas e palpitações, sintomas que muitos médicos associam à ansiedade e indigestão… e que não são.
Densitometria óssea: Trata-se de um exame que analisa a perda de tecido ósseo (sobretudo na coluna lombar e colo do fémur), que leva à osteoporose, uma condição que afeta muitas mulheres depois da menopausa e que deixa os ossos mais fragilizados e susceptíveis a fraturas. Deve ser feita de 2 em 2 anos.