O caso emocionou o país: Ângela Ferreira tinha vivido a sua grande história de amor ao lado de Hugo, mas a doença roubou-lhes o futuro que sonharam juntos. Contudo, antes de morrer, em 2019, vítima de cancro, Hugo deixou por escrito a vontade de que Ângela concretizasse o desejo de ambos de terem um filho. Para o efeito, deixou sémen em criopreservação e uma mulher que, apesar da dor da perda, lutou incessantemente para conseguir realizar este sonho de ambos.
Hoje, Ângela está grávida do marido, tornando-se, assim, no primeiro caso de inseminação pós-morte em Portugal. Ela é, na verdade, a cara da luta pela legalização da inseminação pós-morte no nosso país, tendo conseguido reunir mais de cem mil assinaturas num petição que obrigou a Assembleia da República a discutir a alteração à lei. Esta lei, conhecida como “Inseminação post mortem”, entrou em vigor em novembro do ano passado.