Os nossos olhos são como uma janela em miniatura que nos permite detetar, através de pequenos sinais e pontos, algum desequilíbrio no nosso organismo. Foi desta maneira, muito simplificada, que Solange Valente, do Sea Spa Wellness Center, em Lisboa, nos apresentou a iridologia. Tal como nos nossos pés e mãos, também na íris, a parte colorida do olho, estão representados todos os órgãos do corpo, “o estado das áreas mais remotas do organismo, é visível por meio das mudanças do reflexo neurológico nas fibras da íris”, revela a iridologista.
A grande mais-valia deste método, ainda pouco rotineiro em Portugal, consiste no facto de permitir agir de forma preventiva quase como que se de um ‘instrumento de diagnóstico’ se tratasse. “A partir do estudo da íris é possível descobrir a fragilidade de um órgão que poderá vir a manifestar-se mais tarde em doença”, diz a especialista. Um olhar mais atento para ‘dentro do corpo’ pode revelar a origem de um mal-estar físico, psíquico ou emocional. Conheça melhor este fenómeno reconhecido por uns, mas (ainda) pouco autenticado pela comunidade médica.
Para Solange Valente, o que acontece é que o corpo transmite à íris, através de determinados sinais (pequenas manchas), um quadro clínico da pessoa em questão. “Através das estruturas das fibras e pigmentação da íris dos olhos, conseguimos avaliar perturbações orgânicas, metabólicas, nutricionais, nervosas, hormonais, psíquicas e emocionais, revelando os graus de inflamação do organismo, bem como as suas debilidades e em que época essas lesões apareceram”, explica a iridologista. “Trata-se de uma técnica holística que permite verificar o funcionamento do organismo, descobrindo quais as zonas mais fortes e as que estão sobrecarregadas com toxinas, ou que estão mais fragilizadas. A análise iridológica não determina, naturalmente, se uma pessoa tem pedras nos rins, por exemplo, mas alerta para a existência de alguma instabilidade nesse órgão específico. Muitas vezes, acontece a paciente ir ao médico e, através de exames, não detetar nada de preocupante, pois, na realidade, o problema ainda não existe plenamente. Porém, através da iridologia, conseguimos perceber que determinado órgão pode estar enfraquecido, sendo favorável fazer algo preventivamente, antes do problema se consolidar”, esclarece.
Numa consulta apenas é possível conhecer o seu ‘diagnóstico’. O primeiro ato consiste em fazer a anamnese da pessoa, ou seja, vão perguntar-lhe os seus antecedentes em termos clínicos, o estilo de vida que leva, a alimentação que faz, entre outros dados. Posteriormente, a terapeuta fotografa cada uma das íris com uma lente especial, para que a imagem seja depois ampliada e colocada no computador.
Partindo da mesma ideia da reflexologia podal, que ‘vê’ os órgãos refletidos na planta dos pés, também na iridologia a ideia é sobrepor a imagem da íris a um mapa iridológico (ver o exemplo na página seguinte), que permitirá fazer a correspondência com cada um dos nossos órgãos internos. Com a ‘ajuda’ da matemática, o mapa da íris é dividido em cerca de 90 partes. Só um especialista o conseguirá ler, porque é bastante complexo, mas se quiser observar os seus olhos em casa para ver se encontra alguma mancha ou ponto, imagine que a sua irís é um relógio, com os números (1 a 12) das horas na sua posição. A cada ‘espaço’ entre números corresponde a um (ou mais) órgão(s).
Suponhamos que na consulta me foi dito que tenho um sinal, que no mapa está na posição 6-7 (lembre-se do relógio), correspondente ao rim. O que faço? Na maioria dos casos em que é detetado um desequilíbrio, o iridólogo recomenda um tratamento, e as opções são diversas: habitualmente varia entre a toma de produtos naturais ou outra terapia alternativa. A acupuntura Su-Jok é a mais frequentemente utilizada. Su (mão) Jok (pé) representa um sistema novo de terapia que alia os pontos de reflexologia com o poder das agulhas, obtendo um tratamento extremamente potente e eficaz. “A mão é um microssistema, ou seja, temos a representação de todo o corpo nas mãos e nos dedos, e os pontos específicos podem ser estimulados como se de pontos de acupuntura no corpo se tratassem, apresentando a vantagem de estimular o sistema imunológico. O estímulo pode ser feito com agulhas ou com outras formas, como magnetos, pressão com instrumentos e moxabustão [uma técnica da medicina tradicional chinesa que consiste na queima de uma erva junto aos pontos energéticos localizados nos meridianos da acupuntura]. Não é, no entanto, obrigatório fazer este tipo de terapia, que se realiza numa fase pós-diagnóstico”, conclui a terapeuta.
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Associação Portuguesa de Iridologia: