Acompanhei durante muitos anos a série “O Sexo e a Cidade”, e mais tarde também os filmes da saga. E como a maioria das raparigas desenvolvi um carinho especial pela personagem de Sarah Jessica Parker, a eterna Carrie Bradshaw. Carrie sempre serviu de inspiração ao meu gosto pela escrita, mas serviu muito mais à minha autoestima.
Acredito que esta personagem teria sido uma boa Coach, com especial sucesso em relação a mulheres com baixa autoestima. Algumas ideias de Carrie deveriam ser repetidas até à exaustão, até estarem presas à nossa mente, sem qualquer risco de se perderem no nosso inconsciente, constituindo valores e princípios que dariam suporte ao melhor que podemos ser. Ou nas palavras da própria: “Maybe you have to let go of who you were, to become who you will be.”
Por vezes, a versão que somos hoje, distancia-nos de forma dramática, daquilo que são as metas que queremos atingir. E na maioria do tempo, não nos permite ser quem queremos e podemos ser, por medo de julgamentos de valor e dos olhares repressores de quem está à nossa volta. Quantas de nós, não arriscam ser a mulher que sonham no seu mais íntimo, para se bastarem com um papel rotineiro, apagado e sem brilho, mas que aos olhos dos outros se enquadra nos parâmetros “daquilo que deve ser”… ??? Muitas! Demasiadas!
“Dont Forget to fall in love with yourself first” (não se esqueça de se amar primeiro), significa amar-se acima de tudo e de todos, sabendo que têm dentro de si todos os recursos para caminhar na estrada da sua melhor versão, e que pode mudar o “seu mundo”, se agir. Adaptando-se a cada dia, para reinventar-se quantas vezes forem precisas, até abandonar tudo o que não lhe serve em qualquer área da Vida.
Amar-se em primeiro lugar, faz parte do paradigma das pessoas mais fortes, aquelas que de forma honesta e bondosa, criam um sistema de coordenadas para chegar ao seu mundo, onde todas as possibilidades de ser a sua melhor versão existem; onde são cumpridas metas e objetivos em que a felicidade têm o principal assento colocado em si própria.
As pessoas com elevada autoestima não fabricam um Mundo, onde definem o que é bom ou mau, para depois passarem o tempo a lutar contra aquilo que elas próprias definiram, simplesmente porque perceberam que a pessoa que deveria estar no centro de todas as questões, não está! Coloque-se no centro do seu Mundo! Não numa perspetiva egocêntrica, mas na perspectiva sobre a qual se não estiver bem e feliz, ninguém o fará por si, e não conseguirá retribuir nenhum sentimento de bom aos que estão à sua volta.
Ter autoestima significa também fazer escolhas a seu favor, respeitando e confiando naquilo que é, valorizando o que há de melhor, e reconhecendo o que há a melhorar, sem medo…. Sem medo de ser quem é, com todas as características que a definem! Mas também com todas as experiências e vivências que adquiriu ao longo do tempo. São elas, um património precioso, de ensinamentos que a levaram a estar hoje no caminho para ser a melhor versão de si mesmo.
Ao lado de uma boa autoestima, está um assertivo autoconhecimento que permite identificar todos estes pontos. As crenças pessoais assumem um papel decisivo, definindo de forma automática, a maneira como se vê e aquilo em que acredita. Já que a relação mais desafiante que existe é aquela que desenvolve consigo própria. “Fall in love with yourself first” significa priorizar-se, pôr-se na linha da frente, conhecer-se, não se anular, sonhar, colocar em prática, agir, aprender, perdoar-se….e acima de tudo, ter a certeza que dentro de merece o melhor!
Uma boa dose de autoestima é uma espécie de super poder, que nos confere uma dose inabalável de humildade, onde deixamos de precisar de ser demasiado arrogantes ou submissos, para enganar a Vida, dizendo que somos isto ou aquilo, para passar a saber exatamente quem somos, sem sobrevalorizar ou desvalorizar, já que temos a perfeita noção que todos somos falíveis e vuneráveis. “Stay focused and extra sparkly!”
Lúcia Palma
Coach ICC n.º 14511
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