Quando se fala em alimentação saudável, é comum pensar-se em grandes mudanças alimentares; na inclusão de produtos “xpto”, que facilmente custam tanto como uma refeição completa; nos 2 litros de água que, dê por onde der, vamos ter de começar a beber; e, claro, toda a gente sabe que para se ser saudável metade do prato tem de ser composto por legumes.
Vivemos numa época em que o meio-termo é cada vez mais raro.
Ou consegue passar 21 dias sem consumir açúcar, ou então nem vale a pena fazer o esforço de comer sopa. Se porventura cai na tentação de comer batatas-fritas na terça-feira, nem adianta continuar com a dieta nessa semana.
O nível de exigência alimentar, que todos os dias testemunhamos nas redes sociais, trazem a necessidade assustadora de fazer uma cheat meal semanal — caso contrário, quando iríamos comer o que gostamos?!
A verdade é que ser saudável, é muito mais fácil e muito mais barato do que pensa.
E ser saudável não é só comer alimentos considerados saudáveis; é também, e mais importante que tudo, ter uma boa relação com a comida. Os problemas começam logo com o termo “dieta” — uma palavra muitas vezes associada ao processo da perda de peso. No entanto, “dieta” é o conjunto dos hábitos alimentares de cada um, de uma cultura ou de uma espécie: a dieta da galinha difere da dieta humana. Tudo o que comemos durante o dia faz parte da nossa dieta — seja saudável ou não, seja para perder peso ou não.
A grande maioria das pessoas que se propõe a mudar os hábitos alimentares (com ou sem o objetivo de perder peso) tem expectativas irrealistas do processo. A verdade é que ninguém tem uma alimentação 100% equilibrada todos os dias do ano. E nem é necessário.
- Não gosta de sopa? Não há problema. Se incluir hortícolas crus ou cozinhados na refeição principal já estará no bom caminho.
- Só come maçã e banana? Apesar da variedade ser importante, é preferível comer apenas dois tipos de fruta do que não comer fruta nenhuma.
- Come mais carne que peixe? Pois é, quase todos fazemos isso. Assuma o compromisso de fazer mais uma refeição de peixe por semana. Pouco progresso é melhor que progresso nenhum.
Tente evitar o consumo regular de alimentos altamente açucarados — e não estamos a falar só de doces e chocolates.
Sumos, iogurtes, bolachas, leites com sabor… existe uma série de alimentos carregadinhos de açúcar que, muitas vezes, passam despercebidos. Ganhe o hábito de olhar para o rótulo dos alimentos, veja a lista de ingredientes e confirme se lá está a palavra “açúcar”, uma palavra terminada em “ose” (por exemplo: frutose, glicose…) ou um “xarope” porque, se estiver, quer dizer que um qualquer açúcar foi adicionado àquele produto e isso é razão para não fazer dele um habitué na sua dieta.
Concluindo, prefira os alimentos frescos em detrimentos dos processados, coma hortícolas e frutas diariamente, varie a alimentação o máximo que puder, coma de tudo um pouco e tente não exagerar em nada. Relembre a “velhinha” Roda dos Alimentos e consuma em maior quantidade e frequência os alimentos dos grupos maiores, em menor quantidade e frequência os alimentos dos grupos mais pequenos e deixe para dias especiais ou situações esporádicas os alimentos que não constam da roda.
Ahhh… e é verdade que deve beber água: 1,5 a 2 litros por dia.
Se ainda não o consegue fazer, não se martirize. Vá aos poucos, mais um pouco a cada semana. É tudo um processo evolutivo. Passo-a-passo porque os hábitos não se mudam do dia para a noite.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.