Madalena, 13 anos, repetente do 6.º ano, em perigo de um segundo chumbo, é alvo da preocupação dos pais, que não sabem mais o que fazer para a motivar a estudar e a passar de ano. Já tentaram tudo: psicólogo, explicações, aulas de música e dança extracurriculares. Madalena contraria a ideia feita de que os alunos desmotivados vêm de famílias disfuncionais ou com baixos rendimentos. Não está sozinha nas estatísticas: segundo um estudo do Ministério da Educação, 11,8% dos alunos do ensino básico reprovam; só no 7.º ano a taxa de reprovação e desistência foi de 22,3% em 2004/05 e, todos os anos, entre 15 e 17 mil alunos abandonam o ensino básico.
Os terríveis 13 anos
"Grande parte das crianças e adolescentes que acompanho são enviados pela escola. Têm problemas de comportamento, dificuldades escolares e de relação com pares e professores", diz João Mendes Ferreira, psicólogo clínico e escolar. "Só em raros casos é que o insucesso tem que ver com défices cognitivos ou problemas de aprendizagem específicos", diz-nos. "É normal o adolescente baixar as notas num dado momento escolar. É mais comum por volta dos 13 ou 14 anos, no 8.º ano. É uma idade de transformações físicas e psicológicas avassaladoras, muito intensas e rápidas. Há um progressivo abandono da imagem idealizada dos pais, que é substituída por outra, às custas de sofrimento por parte do jovem. E a escola é escolhida como palco para expressarem os seus conflitos familiares. Por trás do abandono escolar ou de problemas disciplinares estão, muitas vezes, vínculos familiares mal estabelecidos e famílias disfuncionais." A contradição entre a busca de autonomia e dependência, as transformações físicas e o emergir da sexualidade são outras razões para a baixa das notas. "Se elas persistirem, arriscamo-nos a que se instale um processo depressivo e a que ele se conforme a essa imagem do mau aluno, antecipando o insucesso. É importante que não se rotule um aluno com maus resultados como um mau aluno." A perspectiva de um chumbo e de não acompanharem a progressão dos amigos também lhes causa grande ansiedade e tristeza.
A recusa da escola e o insucesso atingem mais rapazes. Também é mais comum no ensino público. "Não acredito numa equivalência ‘ensino público = fraca qualidade, ensino privado = bom’. No entanto, no topo dos rankings escolares aparecem mais escolas privadas. Isso acontece porque têm condições mais estruturantes, como a permanência e estabilidade do corpo docente e da direcção, projectos educativos com continuidade, e que se traduzem na prática escolar. Por outro lado, muitas têm uma cultura de autoridade, rigor e exigência, e valores humanistas e democráticos de tolerância e solidariedade."
"Hoje, o professor é uma espécie de animador"
O psicólogo aponta o dedo ao facilitismo pedagógico como causa para os números negros. "As dificuldades e o abandono escolar sempre existiram. Mas, hoje, existem noutros moldes. Substituiu-se o modelo educativo baseado na autoridade, punitivo e atendendo pouco às características e anseios dos alunos, onde não havia lugar para o prazer na aprendizagem, pela ausência da autoridade, que é igualmente nefasta. E a pretexto de se democratizar o ensino, procurou-se diminuir a dificuldade, esforço, repetição e memorização, numa atitude aparentemente benevolente. Se a escola não for um local de transmissão de conhecimentos e se não o fizer de uma forma exigente e rigorosa, aqueles que têm acesso à cultura e a complementos educativos são mais beneficiados do que aqueles que não têm. A escola não pode ser só um lugar de prazer. Deve cativar e ser um desafio, mas não pela facilidade, ou acaba por ser um convite à regressão e a que o aluno permaneça num estatuto infantil. Evitá-lo passa por um conjunto de obrigações e de disciplina."
Além disso, observa, nos últimos anos um importante protagonista escolar perdeu relevância. "O estatuto que o professor tem hoje menoriza-o, põe-no quase em paridade com o aluno, como se fosse uma espécie de animador. O aluno está, hoje, no centro do processo de aprendizagem. Além disso, há da parte de alguns professores – e também dos pais – quase um abdicar da sua função de educadores e a opção por uma camaradagem e paridade de relação aos miúdos que não é estruturante para eles. Eles precisam de figuras securizantes, só se tornam maduros se tiverem figuras com maturidade que possam confrontar e que possam pô-los no seu lugar."
Estratégias para motivar
João Mendes Ferreira diz que não há receitas para pais perfeitos, mas fala do que podem fazer para ajudar os filhos a vencer as metas escolares:
• Deixe-o estudar sozinho: "Uma das características fundamentais da autonomização psicológica da criança é a capacidade de se estar só na presença do outro, seja a brincar ou a estudar. Ouço mães no meu consultório dizer ‘ontem fartámo-nos de estudar’, referindo-se a elas e aos filhos. Da parte das mães representa o medo de que eles não sejam capazes sozinhos. E há também um pezinho na imaturidade, a querer voltar ao tempo em que também estudavam."
• Imponha regras e rotinas de estudo, mas também na convivência familiar.
• Esteja disponível para o ouvir: " Mas de forma espontânea, sem impor a presença nem estar sempre ao serviço. É preciso estar disponível para os ouvir a sério e não àquilo que achamos que eles nos vão dizer. Os miúdos dizem-nos muito, de múltiplas formas."
• Não antecipe o insucesso: Se repetir constantemente que ele não vai fazer os trabalhos de casa, que vai chumbar no teste, que não vai estudar, o seu filho vai convencer-se que é verdade e que não vale a pena o esforço.
• Não rivalize com a escola: "Muitas vezes os pais desautorizam a escola. Isto coloca a criança numa situação de conflito de lealdade. E alimenta-lhe a omnipotência de uma forma destrutiva – ‘faço o que quero porque os meus pais me dão razão’."
• Esteja alerta às alterações de comportamento.
• Não suborne os miúdos com recompensas para as boas notas. "É desvalorizá-los muito. Eles têm de ter bons resultados porque o merecem e porque é bom para eles. O importante é que eles tenham uma estrutura moral e regras de comportamento interiorizadas, que não ajam dependentes das recompensas ou castigos exteriores – é sinal de menos maturidade, que a criança não consegue auto-regular o seu comportamento porque depende de uma figura tutelar."
• Não exija dele o impossível. Pressioná-lo a ser o melhor pode ser desastroso, por mais que isso seja um sinal de amor da sua parte. "Às vezes, os filhos funcionam como extensão narcísica dos pais. Estes esperam que os filhos realizem aquilo que eles não conseguiram, uma espécie de vingadores do seu insucesso. E as crianças sentem muitas vezes esse mandato sobre si e à custa da sua saúde mental e da felicidade."
• Não desista: "Não se deve pensar que já se fez tudo. Às vezes o ‘fazer tudo’ representa um grande esforço afectivo e financeiro, mas não se escolheu a intervenção certa. Outra tentativa, com outros recursos, numa outra escola e outros profissionais pode funcionar. Há sempre uma solução. Aos 13 ou 14 anos é cedo para dizer isso."
Programas que funcionam
A comunidade escolar não está de braços cruzados, a assistir ao insucesso. Alguns projectos têm resultados bem interessantes. Assustados com o nível de chumbos no 7.º ano, os professores da Escola Secundária com 3.º ciclo Rainha Santa Isabel, em Estremoz, criaram, no ano lectivo 2001/2002, uma turma especial por onde passavam, à vez e durante algumas semanas, todos os alunos das turmas normais do 7.º ano: a Turma Mais. Nas primeiras seis semanas do primeiro período eram os melhores alunos de cada turma a frequentarem-na. Durante esse tempo, só ficavam na turma regular os alunos de nível médio e baixo, que podiam ser mais acompanhados pelos professores. Nas seis semanas seguintes era a vez dos alunos com mais dificuldades, para que chegassem ao fim do primeiro período com menos negativas. No segundo período, a Turma Mais puxava pela melhoria de rendimento dos alunos de nível intermédio. Enquanto isso, na turma regular, os melhores alunos criavam grupos de estudo onde ajudavam os que têm mais dificuldades. No terceiro período os alunos em risco de chumbo eram acompanhados intensivamente na Turma Mais. Ao fim de um ano, as reprovações no 7.º ano desceram de 38% para 16%. O programa foi alargado a outras escolas e reconhecido, em 2005, pela Fundação Calouste Gulbenkian como uma das três melhores medidas nacionais de combate ao insucesso escolar.
Noutra frente, o programa EPIS (Empresários Pela Inclusão Social) está também a dar frutos. Professores, psicólogos e assistentes sociais acompanham 15 mil alunos do 2.º ciclo do ensino básico, entre os 13 e os 15 anos, com dificuldades escolares. Trabalham competências, como a organização do tempo e do estudo, gestão da ansiedade, motivação e auto-
-estima. Um terço dos alunos abrangidos pelo programa evitou o chumbo.
ALTERNATIVAS NO ENSINO
Devolver-lhes a motivação para a escola pode passar por apontar-lhes caminhos além do ensino tradicional, mais práticos e direccionados às suas vocações. Eis as alternativas apresentadas pela Agência Nacional para a Qualificação (ANQ):
• Cursos de educação e formação. São a segunda oportunidade para quem abandonou a escola antes de acabar o ensino básico, e ainda permitem obter certificação profissional de nível 1, 2 ou 3. É preciso ter mais de 15 anos e escolaridade inferior ao 6.º, 9.º ou 12.º anos. Os cursos, organizados por etapas de formação do nível 1 ao 7, permitem ainda aprender competências profissionais e incluem estágio profissional.
• Ensino profissional. Indicado para quem tem o ensino básico concluído e procura um ensino mais prático que teórico, voltado para o mundo laboral, sem excluir a possibilidade de concluir estudos superiores. Dão equivalência ao 12.º ano e estão estruturados por módulos, o que segundo a ANQ permite uma maior flexibilidade com os ritmos de aprendizagem. Para além de disciplinas obrigatórias como Português, língua estrangeira ou Educação Física, a totalidade do curso tem ainda duas ou três disciplinas científicas e três ou quatro técnicas, orientadas para a formação profissional escolhida. Há ainda formação em contexto de trabalho.
• Ensino artístico especializado. Divide-se em três áreas: Artes Visuais e Audiovisuais, Música e Dança. Os dois últimos podem ser frequentados no ensino básico ou secundário, em regime integrado – o aluno faz todas as disciplinas na escola de ensino artístico especializado – ou articulado – frequenta as disciplinas artísticas numa escola especializada e as restantes no ensino regular. No final, garantem um certificado de conclusão do ensino básico ou secundário. O curso de Artes Visuais e Audiovisuais dá ainda um certificado de qualificação profissional de nível 3.
Para saber mais sobre cursos e programas, consulte os sites
www.anq.gov.pt e www.min-edu.pt
Os terríveis 13 anos
"Grande parte das crianças e adolescentes que acompanho são enviados pela escola. Têm problemas de comportamento, dificuldades escolares e de relação com pares e professores", diz João Mendes Ferreira, psicólogo clínico e escolar. "Só em raros casos é que o insucesso tem que ver com défices cognitivos ou problemas de aprendizagem específicos", diz-nos. "É normal o adolescente baixar as notas num dado momento escolar. É mais comum por volta dos 13 ou 14 anos, no 8.º ano. É uma idade de transformações físicas e psicológicas avassaladoras, muito intensas e rápidas. Há um progressivo abandono da imagem idealizada dos pais, que é substituída por outra, às custas de sofrimento por parte do jovem. E a escola é escolhida como palco para expressarem os seus conflitos familiares. Por trás do abandono escolar ou de problemas disciplinares estão, muitas vezes, vínculos familiares mal estabelecidos e famílias disfuncionais." A contradição entre a busca de autonomia e dependência, as transformações físicas e o emergir da sexualidade são outras razões para a baixa das notas. "Se elas persistirem, arriscamo-nos a que se instale um processo depressivo e a que ele se conforme a essa imagem do mau aluno, antecipando o insucesso. É importante que não se rotule um aluno com maus resultados como um mau aluno." A perspectiva de um chumbo e de não acompanharem a progressão dos amigos também lhes causa grande ansiedade e tristeza.
A recusa da escola e o insucesso atingem mais rapazes. Também é mais comum no ensino público. "Não acredito numa equivalência ‘ensino público = fraca qualidade, ensino privado = bom’. No entanto, no topo dos rankings escolares aparecem mais escolas privadas. Isso acontece porque têm condições mais estruturantes, como a permanência e estabilidade do corpo docente e da direcção, projectos educativos com continuidade, e que se traduzem na prática escolar. Por outro lado, muitas têm uma cultura de autoridade, rigor e exigência, e valores humanistas e democráticos de tolerância e solidariedade."
"Hoje, o professor é uma espécie de animador"
O psicólogo aponta o dedo ao facilitismo pedagógico como causa para os números negros. "As dificuldades e o abandono escolar sempre existiram. Mas, hoje, existem noutros moldes. Substituiu-se o modelo educativo baseado na autoridade, punitivo e atendendo pouco às características e anseios dos alunos, onde não havia lugar para o prazer na aprendizagem, pela ausência da autoridade, que é igualmente nefasta. E a pretexto de se democratizar o ensino, procurou-se diminuir a dificuldade, esforço, repetição e memorização, numa atitude aparentemente benevolente. Se a escola não for um local de transmissão de conhecimentos e se não o fizer de uma forma exigente e rigorosa, aqueles que têm acesso à cultura e a complementos educativos são mais beneficiados do que aqueles que não têm. A escola não pode ser só um lugar de prazer. Deve cativar e ser um desafio, mas não pela facilidade, ou acaba por ser um convite à regressão e a que o aluno permaneça num estatuto infantil. Evitá-lo passa por um conjunto de obrigações e de disciplina."
Além disso, observa, nos últimos anos um importante protagonista escolar perdeu relevância. "O estatuto que o professor tem hoje menoriza-o, põe-no quase em paridade com o aluno, como se fosse uma espécie de animador. O aluno está, hoje, no centro do processo de aprendizagem. Além disso, há da parte de alguns professores – e também dos pais – quase um abdicar da sua função de educadores e a opção por uma camaradagem e paridade de relação aos miúdos que não é estruturante para eles. Eles precisam de figuras securizantes, só se tornam maduros se tiverem figuras com maturidade que possam confrontar e que possam pô-los no seu lugar."
Estratégias para motivar
João Mendes Ferreira diz que não há receitas para pais perfeitos, mas fala do que podem fazer para ajudar os filhos a vencer as metas escolares:
• Deixe-o estudar sozinho: "Uma das características fundamentais da autonomização psicológica da criança é a capacidade de se estar só na presença do outro, seja a brincar ou a estudar. Ouço mães no meu consultório dizer ‘ontem fartámo-nos de estudar’, referindo-se a elas e aos filhos. Da parte das mães representa o medo de que eles não sejam capazes sozinhos. E há também um pezinho na imaturidade, a querer voltar ao tempo em que também estudavam."
• Imponha regras e rotinas de estudo, mas também na convivência familiar.
• Esteja disponível para o ouvir: " Mas de forma espontânea, sem impor a presença nem estar sempre ao serviço. É preciso estar disponível para os ouvir a sério e não àquilo que achamos que eles nos vão dizer. Os miúdos dizem-nos muito, de múltiplas formas."
• Não antecipe o insucesso: Se repetir constantemente que ele não vai fazer os trabalhos de casa, que vai chumbar no teste, que não vai estudar, o seu filho vai convencer-se que é verdade e que não vale a pena o esforço.
• Não rivalize com a escola: "Muitas vezes os pais desautorizam a escola. Isto coloca a criança numa situação de conflito de lealdade. E alimenta-lhe a omnipotência de uma forma destrutiva – ‘faço o que quero porque os meus pais me dão razão’."
• Esteja alerta às alterações de comportamento.
• Não suborne os miúdos com recompensas para as boas notas. "É desvalorizá-los muito. Eles têm de ter bons resultados porque o merecem e porque é bom para eles. O importante é que eles tenham uma estrutura moral e regras de comportamento interiorizadas, que não ajam dependentes das recompensas ou castigos exteriores – é sinal de menos maturidade, que a criança não consegue auto-regular o seu comportamento porque depende de uma figura tutelar."
• Não exija dele o impossível. Pressioná-lo a ser o melhor pode ser desastroso, por mais que isso seja um sinal de amor da sua parte. "Às vezes, os filhos funcionam como extensão narcísica dos pais. Estes esperam que os filhos realizem aquilo que eles não conseguiram, uma espécie de vingadores do seu insucesso. E as crianças sentem muitas vezes esse mandato sobre si e à custa da sua saúde mental e da felicidade."
• Não desista: "Não se deve pensar que já se fez tudo. Às vezes o ‘fazer tudo’ representa um grande esforço afectivo e financeiro, mas não se escolheu a intervenção certa. Outra tentativa, com outros recursos, numa outra escola e outros profissionais pode funcionar. Há sempre uma solução. Aos 13 ou 14 anos é cedo para dizer isso."
Programas que funcionam
A comunidade escolar não está de braços cruzados, a assistir ao insucesso. Alguns projectos têm resultados bem interessantes. Assustados com o nível de chumbos no 7.º ano, os professores da Escola Secundária com 3.º ciclo Rainha Santa Isabel, em Estremoz, criaram, no ano lectivo 2001/2002, uma turma especial por onde passavam, à vez e durante algumas semanas, todos os alunos das turmas normais do 7.º ano: a Turma Mais. Nas primeiras seis semanas do primeiro período eram os melhores alunos de cada turma a frequentarem-na. Durante esse tempo, só ficavam na turma regular os alunos de nível médio e baixo, que podiam ser mais acompanhados pelos professores. Nas seis semanas seguintes era a vez dos alunos com mais dificuldades, para que chegassem ao fim do primeiro período com menos negativas. No segundo período, a Turma Mais puxava pela melhoria de rendimento dos alunos de nível intermédio. Enquanto isso, na turma regular, os melhores alunos criavam grupos de estudo onde ajudavam os que têm mais dificuldades. No terceiro período os alunos em risco de chumbo eram acompanhados intensivamente na Turma Mais. Ao fim de um ano, as reprovações no 7.º ano desceram de 38% para 16%. O programa foi alargado a outras escolas e reconhecido, em 2005, pela Fundação Calouste Gulbenkian como uma das três melhores medidas nacionais de combate ao insucesso escolar.
Noutra frente, o programa EPIS (Empresários Pela Inclusão Social) está também a dar frutos. Professores, psicólogos e assistentes sociais acompanham 15 mil alunos do 2.º ciclo do ensino básico, entre os 13 e os 15 anos, com dificuldades escolares. Trabalham competências, como a organização do tempo e do estudo, gestão da ansiedade, motivação e auto-
-estima. Um terço dos alunos abrangidos pelo programa evitou o chumbo.
ALTERNATIVAS NO ENSINO
Devolver-lhes a motivação para a escola pode passar por apontar-lhes caminhos além do ensino tradicional, mais práticos e direccionados às suas vocações. Eis as alternativas apresentadas pela Agência Nacional para a Qualificação (ANQ):
• Cursos de educação e formação. São a segunda oportunidade para quem abandonou a escola antes de acabar o ensino básico, e ainda permitem obter certificação profissional de nível 1, 2 ou 3. É preciso ter mais de 15 anos e escolaridade inferior ao 6.º, 9.º ou 12.º anos. Os cursos, organizados por etapas de formação do nível 1 ao 7, permitem ainda aprender competências profissionais e incluem estágio profissional.
• Ensino profissional. Indicado para quem tem o ensino básico concluído e procura um ensino mais prático que teórico, voltado para o mundo laboral, sem excluir a possibilidade de concluir estudos superiores. Dão equivalência ao 12.º ano e estão estruturados por módulos, o que segundo a ANQ permite uma maior flexibilidade com os ritmos de aprendizagem. Para além de disciplinas obrigatórias como Português, língua estrangeira ou Educação Física, a totalidade do curso tem ainda duas ou três disciplinas científicas e três ou quatro técnicas, orientadas para a formação profissional escolhida. Há ainda formação em contexto de trabalho.
• Ensino artístico especializado. Divide-se em três áreas: Artes Visuais e Audiovisuais, Música e Dança. Os dois últimos podem ser frequentados no ensino básico ou secundário, em regime integrado – o aluno faz todas as disciplinas na escola de ensino artístico especializado – ou articulado – frequenta as disciplinas artísticas numa escola especializada e as restantes no ensino regular. No final, garantem um certificado de conclusão do ensino básico ou secundário. O curso de Artes Visuais e Audiovisuais dá ainda um certificado de qualificação profissional de nível 3.
Para saber mais sobre cursos e programas, consulte os sites
www.anq.gov.pt e www.min-edu.pt