– Agrada a … – Geralmente, à avó. Por estranho que pareça, as avós têm um instinto fatal para distinguir os homens de sonho dos homens de pesadelo. Com as mães, não se sabe porquê, já não funciona tão bem. Costumam achar todos os homens lindos, desde que possíveis desencalhadores das filhas.
– Conversa – Não grunhe: cumprimenta. Não olha para a mesa do lado e suspira enquanto o consommé não vem. Faz conversa. Faz perguntas. E não soa a polícia.
– Qualidade – Sentido de humor. Claro que sentido de humor não é sarcasmo, não é você cair num degrau e ele rir-se até casa, e também não é mandar bocas do estilo, estar-se a petiscar uma batata frita e ele atirar: “Depois queixas-te que estás gorda.”
– Roupa – Há quem goste deles betos com camisa de três riscas e há quem goste dos desportivos de blusão e há quem goste daqueles com ar de quem vai para o Afeganistão. Não há quem goste é dos que parece que não sabem o caminho para a banheira e acham que gastar dinheiro em sabão é mariquice para meninas.
– Profissão – Convém que consiga sustentar uma família, ou pelo menos, que consiga sustentar-se a ele próprio. De qualquer maneira, é preferível ser esperto e sensível do que ser arquitecto ou cirurgião.
– Corpo – Desde que tenha um ar arranjadinho, não tem de ser musculado. Ao contrário do que se pensa, as mulheres não têm um fetiche com biceps, triceps e outras coisas acabadas em ‘ps’. Têm um fetiche com homens inteligentes e que saibam estar calados de vez em quando a ouvir o que elas têm para dizer.
– Auto defesa – Não se defende. Acha sexy ser atacado por uma rapariga.
O homem de pesadelo
– Agrada a… – geralmente, a ninguém a não ser à interessada, que passa a vida a dizer que o resto do mundo tem é ciúmes do vosso amor.
– Conversa – “Vocês não querem um homem, vocês querem uma menina.” Ou: “Ninguém vos percebe.” Isto quando consegue chegar a conclusões tão subtis. Geralmente acha que um homem se quer para jogar bem futebol ou falar de coisas de machos como computadores e trabalho, seja qual for o trabalho, seja qual for o computador.
– Qualidade – Acha que é ‘honesto’ e ‘directo’, diz tudo na cara aos outros e ainda não percebeu por que é que os outros fogem disparados sempre que o vêem do outro lado da rua.
– Roupa – Qualquer coisa de cabedal, qualquer coisa mais abaixo do sítio onde deveria estar, qualquer coisa que o avô nunca usaria. Acham que cortar o cabelo também é cortar a criatividade (em pequeninos, ficaram muito impressionados com a história do Sansão) e que um pente é um símbolo da sujeição a modelos burgueses.
– Profissão – Biscates.
– Corpo – Há duas hipóteses: ou passa imenso tempo no ginásio e só come umas coisas misteriosas que vêm numas latas, ou então acha que andar num ginásio também é um símbolo da sujeição aos estereótipos, portanto prefere aderir ao estereótipo do sorna, que sempre dá menos trabalho.
– Auto-defesa – O ataque. Do estilo: “Esteja calada que a conversa ainda não chegou ao fogão.”