Tendemos a pensar na infidelidade como algo sexual, seja um caso de uma noite, contínuo ou sexo virtual. Porém, nas relações amorosas em que há um compromisso, “trair” nem sempre envolve um encontro sexual, um flirt secreto ou um evento erótico online. Essencialmente, resume-se a quebrar a confiança.
Alicia Muñoz, terapeuta profissional licenciada, explica na plataforma mindbodygreen que a infidelidade emocional é um tipo particular de intimidade secreta e sustentada com alguém que não é o parceiro principal. Ou seja, ocorre quando uma pessoa toma a decisão unilateral de cultivar intimidade não sexual com alguém que não seja o companheiro e, sublinhe-se, de uma forma que enfraquece ou prejudica a relação.
Muitos veem esse tipo de conexão como tendo um componente erótico. Embora muitas vezes possa haver uma energia romântica ou erótica subjacente na infidelidade emocional, ela também pode ocorrer sem o elemento de romance ou erotismo presente.
“Já trabalhei com pessoas que se sentem emocionalmente traídas por parceiros que partilham demasiado com amigos, colegas de trabalho ou até mesmo membros da família — indivíduos com os quais não há nenhum frisson romântico”, afirma a especialista.
Como esse tipo de traição pode parecer “saudável” visto de fora, por vezes, é difícil perceber o que acontece. Além disso, o advento da Internet abriu ainda mais as possibilidades disponíveis para que diferentes formas de infidelidade emocional ocorressem fora de uma relação primária.
Como ter a certeza?
Uma forma de fazer o “diagnóstico” é olhar para o impacto. A conexão com terceiros fortalece ou enfraquece a ligação que tem com o seu parceiro? Ou a intimidade que tem com outra pessoa — um colega de trabalho, um amigo do Facebook, o personal trainer ou o instrutor de ioga — apoia a sua proximidade com o seu parceiro ou é corrosiva?
Outra forma de avaliar se pode estar a ocorrer uma infidelidade emocional, particularmente se for a pessoa que tem o caso, é perceber como se sente. A outra pessoa alivia temporariamente um sentimento de solidão, mas faz com que se sinta ainda mais isolada a longo prazo? A vossa proximidade é uma coisa pela qual anseia, mas vem acompanhada de um sentimento persistente de culpa quando volta para casa e está com a sua cara-metade?
Isto pode significar que deixou de priorizar a intimidade com o seu companheiro e está na altura de se comprometerem novamente um com o outro, de modo a encararem os vossos sentimentos e vulnerabilidades, apesar dos medos ou obstáculos.