O passado dia 7 de novembro foi complexo para o País. António Costa demitiu-se após o Palacete de São Bento ter sido alvo de buscas nessa manhã, no âmbito de um processo sobre alegada corrupção e tráfico de influências no negócio do lítio e hidrogénio verde.
A investigação envolveu mais de 40 buscas em vários locais e levou a cinco detenções. Entre os detidos estão o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e um consultor próximo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado. O ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido pelo Ministério Público.
“A dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade e boa conduta e menos ainda com a suspeita de qualquer ato criminal”, referiu o líder socialista, em conferência de imprensa. “Estou totalmente disponível para colaborar com a Justiça em tudo o que é necessário para apurar toda a verdade”.
Agora, Marcelo Rebelo de Sousa tem duas opções. “Ou tenta nomear um novo Governo no mesmo quadro parlamentar, o que implicaria alguma organização dentro da maioria parlamentar do PS, que não sabemos se existirá, ou avança para a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas no prazo estabelecido, que é num máximo de 60 dias”, explica o constitucionalista Jorge Pereira da Silva à Renascença.
Em tempos de crise política e, acima de tudo, de incerteza sobre o futuro, é normal sentirmos alguma ansiedade. Eis como lidar com ela, segundo a Sociedade Americana de Psicologia (APA, na sigla inglesa).
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Mantenha-se informada, conhecendo os seus limites.
Pense em quantas notícias recebe e como essas informações a afetam. Se está preocupada com eventos nacionais e isso interfere com o seu dia a fia, isso pode ser um sinal para reduzir o consumo de notícias e limitar as discussões nas redes sociais. -
Encontre pontos em comum com outras pessoas.
Entramos em contacto com pessoas cujas crenças diferem das nossas todos os dias. Se o tema fraturante da política surgir, evite discussões acaloradas e tente identificar pontos em comum entre as vossas perspetivas. Às vezes, pontos de vista diferentes podem surgir de um princípio subjacente semelhante. Quando enquadramos o nosso pensamento desta forma, pode tornar-se mais fácil tolerar ou compreender o outro lado. Caso tenha dificuldade em discutir questões políticas de uma forma calma e construtiva, talvez seja melhor desligar-se da conversa. -
Trabalhe em prol da sua comunidade.
Identifique questões importantes para si, procure organizações que trabalhem nesses campos e ofereça-se para ajudar. Também pode envolver-se na política local, onde será possível ver o impacto direto dos seus esforços. Tomar medidas ativas para resolver as suas preocupações pode diminuir a sensação de stress. -
Procure consolo.
Organizações religiosas e outras organizações comunitárias podem fornecer um apoio emocional e espiritual importante em momentos stressantes. Participar em atividades relaxantes, como meditação, relaxamento progressivo ou mindfulness, também pode ajudá-la a conectar-se com o momento presente e ter paz. -
Cuide de si.
Como o stress pode ter um impacto físico e emocional na saúde em geral, encontre atividades de que gosta para recarregar energias, como fazer exercício, ouvir música ou passar tempo com entes queridos. É importante priorizar dormir o suficiente, comer alimentos saudáveis e evitar ferramentas ineficazes, como o consumo de álcool e outras substâncias.
A APA deixa ainda um aviso: “Se o stress começar a interferir na sua rotina diária por um longo período, ou se não conseguir controlar o stress sozinho, talvez seja hora de consultar um psicólogo ou outro profissional de saúde mental licenciado”.