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A época festiva costuma ser sinónimo de confraternizações com amigos, familiares e colegas de trabalho. Porém, isto nem sempre é bom… ou agradável. A mistura de personalidades combinada com o espírito natalício e bebidas alcoólicas à descrição pode produzir comportamentos tóxicos.
“O confronto tende a ser a pior resposta possível. O melhor é apostar no silêncio ou num comentário defletor”, diz Dale Hartley, professor reformado de Psicologia, à revista “Psychology Today”. “Se tiver de marcar presença num evento com pessoas problemáticas, pode sempre sair — e ‘sair’ pode significar simplesmente ir para uma divisão diferente, longe do provocador”, continua. “Você, e não a pessoa ofensiva, permanece no comando das suas reações. Se deixar alguém provocá-lo até reagir exageradamente, deu-lhe uma vitória”.
Segundo o perito, eis as atitudes a que devemos estar particularmente atentos:
Gaslighting
Houve tantas pesquisas pelo termo em 2022 que o dicionário Merriam-Webster, o mais antigo dos Estados Unidos, elegeu-o como a palavra do ano. Refere-se um tipo de engano cuja intenção é fazer com que alguém questione o que é real ou factual, ou questione o próprio julgamento. Por exemplo, um parente que insinua repetidamente que uma mulher está acima do peso, ou come demasiado, quando o peso e apetite dela são normais, pode estar a enganá-la.
Elogios dúbios
“Vê-se que não andas a passar fome”; “Esse corte de cabelo faz o teu nariz parecer mais pequeno” ; “Que linda foto tua! Quase não te reconheci”; “Adoro como simplesmente não te importas com o que os outros pensam sobre ti”.
Consegue reconhecer o padrão? Estes são apenas alguns exemplos de elogios ofensivos. Ou seja, observações que parecem ter conotações positivas à superfície, mas também contêm insultos ou críticas subtis. Há várias formas eficazes de reagir, desde ignorar, passando por usar o humor como arma, a reconhecer apenas a porção positiva. Avalie as intenções da outra pessoa para responder adequadamente.
Tratamento do silêncio
Uma afronta passivo-agressiva. Qualquer coisa que faça em resposta permite ao perpetrador fingir surpresa e culpá-la por ser “demasiado sensível”. Normalmente, a melhor resposta é ignorar o comportamento da outra pessoa. No entanto, se isso não for possível, saia (ou peça ao convidado para sair). Também pode pedir-lhe educadamente para parar, mas, provavelmente, a reação do outro lado será defensiva e pouco eficaz na resolução do problema.
Triangulação
Quando ocorre um desentendimento entre irmãos, muitas vezes, eles recorrem aos pais para ficarem do lado deles. Esta é uma versão familiar de triangulação: recrutar terceiros como alavanca numa relação ou disputa. Os adultos não estão imunes a recorrer a essa técnica, especialmente se houver um padrão de triangulação na família ao longo da vida.
Na verdade, este modelo de interações humanas tem um nome específico: triângulo do drama de Karpman. “Discussões sobre política e religião (a ruína das reuniões familiares nesta altura do ano) são especialmente propensas à triangulação”.