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Neste momento, a Alemanha é o sexto país europeu com o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus. Uma estatística que aumentou após o início do desconfinamento, a 20 de abril, com a reabertura de alguns estabelecimentos e o regresso de parte dos alunos às escolas.
Contudo, o país tem conseguido manter o número de vítimas mortais relativamente baixo, alicerçado na realização de testes em grande escala e no seu sólido sistema de saúde. O boletim mais recente (até ao momento da publicação deste artigo) diz que há 172 mil pessoas infetadas e 7,569 mortes pela COVID-19.
Vanessa Gomes é portuguesa, tem 23 anos vive e em Mannheim, no sudoeste da Alemanha, desde os 9. Antes da pandemia, durante a semana, a estudante de design gráfico tinha uma rotina bem definida: acordava às seis da manhã, ia para a universidade e só regressava a casa por volta das 18H. “Nos fins de semana, saía com amigas. Íamos a bares e discotecas”, explica-nos, como se de uma memória distante se tratasse. Agora, à semelhança de tantas pessoas um pouco por todo o mundo, vê o mundo através de janelas e ecrãs. “Passo os dias todos em casa e tenho aulas online”.
Com uma maturidade muito para lá da sua idade e com a praticidade característica dos alemães, que assimilou nos últimos 15 anos, Vanessa mostra ter perfeita noção da importância do distanciamento social e até encontra pontos positivos na sua nova realidade, principalmente no que diz respeito à gestão do tempo pessoal.
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Que medidas de distanciamento social estão em vigor na Alemanha?
As universidades, escolas, lojas, bares, restaurantes e discotecas fecharam portas a 16 de março, o dia em que as medidas de distanciamento social entraram em vigor. Cerca de um mês depois, a 20 de abril, as lojas com espaço até 800 metros quadrados reabriram. Agora, estamos numa nova fase, na qual se vive um regresso gradual à normalidade.
Consideras que tem sido feito um bom trabalho no combate ao surto pandémico?
Apesar da gravidade da situação, penso que o balanço geral é positivo. O governo e os agentes da saúde pública estão a fazer um bom trabalho, e isso reflete-se nos números, que estão muito abaixo daqueles que são registados noutros países europeus.
Como é que os alemães estão a encarar a situação?
As pessoas estão um pouco apreensivas, mas, de resto, continuam a fazer a sua vida normal. Aliás, lidamos muito bem com a questão do distanciamento social e de termos de evitar aglomerações. Penso que há a consciência de que este é um sacrifício individual que cada um tem de fazer para desfrutarmos dos benefícios, enquanto sociedade, a longo prazo.
“Eu e a minha família passamos a grande maioria do nosso tempo em casa e fazemos o possível para cumprir o distanciamento social”.
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Como é que a pandemia afetou os teus estudos?
Nós temos aulas online. Tem sido uma experiência interessante e, para minha surpresa, menos stressante. Isto porque o horário é bastante flexível e permite-me organizar melhor o meu tempo.
Como é sair de casa, na Alemanha, nesta altura?
Já saí para ir ao supermercado. No início, houve escassez de produtos de higiene, o que tornou a situação mais desagradável. Mas agora a situação está estabilizada. De sublinhar que à entrada de qualquer superfície comercial há sempre um frasco de desinfetante para os clientes higienizarem as mãos.
Neste momento, do que é que mais sentes falta?
Tenho saudades de coisas simples como, por exemplo, ir ao café com amigas e passar lá a tarde a conversar.
Que lição estás a aprender com o isolamento?
Tudo isto está a ensinar-me a ser mais tolerante e responsável.