Amari e os Irmãos da Noite é um livro de B. B. Alston publiado pela Planeta de Livros Portugal. Uma obra que, quando me chegou às mãos, despertou a minha curiosidade mas também deixou-me apreensiva. Afinal, sou grande fã de “Harry Potter” (verdade verdadeira e sem vergonhas!) e recordo das muitas tentativas que existiram de replicar o sucesso dessa saga por outros autores que escreveram sobre jovens que se viam envolvidos num mundo de magia. Tinha receio que “Amari” fosse um desses casos. Mas, felizmente, os meus receios revelaram-se infundados.
Logo nas primeiras páginas senti-me agarrada por este livro. B. B. Alston começa por expor uma heroína pouco convencional e com quem é muito fácil simpatizar. Amari é uma menina negra que vive num bairro social e é alvo de bullying na escola de elite para a qual recebeu bolsa. Todos os dias, Amari lida com o facto de não se sentir enquadrada ou aceite pelos seus pares, tendo apenas na família o seu porto de abrigo. Mas também este seio é desfeito quando o irmão mais velho da protagonista desaparece de forma misteriosa. Aqui ainda não fomos apresentados ao elemento mais fantástico, mas já estamos a torcer por Amari.
A magia chega no momento certo e de uma forma que, ainda fantasiosa, faz sentido. Tal como Amari, também nós, leitores, somos introduzidos a uma outra realidade onde a realidade se mistura com elementos sobrenaturais. B. B. Alston, autor da obra, fez um excelente trabalho em criar este mundo novo, tornando-o não só apelativo como ainda nos fazendo acreditar (ou pelo menos aos que gostam de se levar pela imaginação) que tal poderia realmente existir. Existem grande doses de criativadade e também de humor na forma como o autor concebeu este universo, dando-lhe um ambiente muito próprio e atrativo.
Ao mesmo tempo, somos apresentados a um leque de personagens diverso. Verdade que existem figuras mais esterotipadas, mas. no geral, as personagens criam um grupo variado que reforça a narrativa, dando força aos conceitos de inclusão, amizade, coragem, confiança, família e amor-próprio. A história, apesar de apresentar novos conceitos, desenvolve-se a um bom ritmo, equilibrando os momentos de maior ação com os que são mais descritvos e ainda com um mistério que queremos ver resolvido. Isto proporciona uma leitura interessada e faz-nos embrenhar na narrativa.
A conclusão pode não ter muitas surpresas, mas satisfaz e é credível. Terminado este livro e fiquei feliz por saber que há continuação para as aventuras de Amari. Afinal, trata-se de uma protagonista que quero continuar a acompanhar. Prova de que os livros considerados juvenis, quando bons, não se prendem apenas a uma geração e cativam leitores de todas as idade.
Sinopse:
Amari Peters nunca deixou de acreditar que Quinton, o seu irmão desaparecido está vivo. Nem mesmo quando a polícia lhe disse o contrário, ou quando teve de enfrentar todos os que lhe diziam que ele tinha partido para sempre.
Quando Amari encontra uma pasta no armário do quarto do irmão, contendo uma nomeação para o programa de verão na Agência dos Assuntos Sobrenaturais, ela tem a certeza de que aquela organização secreta é a chave para localizar Quinton.
Amari está determinada a competir por um lugar, mesmo que tenha de enfrentar outras crianças que, ao contrário dela, sabem tudo sobre magia, fadas, alienígenas e criaturas sobrenaturais desde que nasceram… Enfrentando as suas próprias dúvidas, os seus colegas que a olham como uma inimiga e um mágico que a persegue, Amari nunca se sentiu tão sozinha. Mas ela sabe que se não resistir e passar nas provas de seleção nunca descobrirá o que realmente aconteceu com Quinton.