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O Homem das Castanhas é um livro de Søren Sveistrup publicado pela Suma de Letras. Obra que fez sucesso e ganhou uma adaptação para uma série de seis episódios na Netflix. A produção dinamarquesa, com o mesmo nome do livro, está a fazer sucesso e figura no top de conteúdos mais vistos da plataforma de streaming.
Brace yourself for Netflix’s next great thriller.
— Netflix (@netflix) September 25, 2021
Who is The Chestnut Man? #TUDUM pic.twitter.com/dbs8Hcowqz
Se são como eu, não perdem oportunidade de conhecer os livros que deram origem a filmes ou séries. Curiosamente já tinha lido O Homem das Castanhas antes, tendo ficado impressionada pela intensidade da narrativa, pelas personagens cativantes, pelas reviravoltas e pelas dificuldade em desvendar o grande mistério da trama.
Thulin e Hess são os dois agentes de forças policiais que acompanhamos na resolução de um crime. São duas figuras diferentes, que têm em comum o facto de estarem desiludidas com a situação profissional atual. Ainda assim, as suas mentes são desafiadas por este mistério e, apesar de tudo, eles empenham-se ao máximo para o resolver. É curioso que, ao início, sentia-me cativada com a independência feminina de Thulin, mas no final estava rendida ao misterioso Hess. Estas duas figuras são a prova de que as primeiras impressões podem trazer conclusões erradas e que as pessoas são muito mais do que aquilo que aparentam e do que os rumores que correm sobre elas.
A construção deste enredo é impressionante. Ao início, Søren Sveistrup, o autor, parece estar a contar diferentes histórias dentro do mesmo livro, sem que nada faça adivinhar em como elas se tocam. Contudo, com o avançar da leitura, torna-se impressionante constatar todas as ligações que existem, ficando provando que tudo foi bem pensado. O leitor fica sempre intrigado com o que está a acontecer e quer continuar a ler para saber o que vem a seguir, na ânsia de perceber o cruzamento entre os diferentes dados disponibilizados. No final, é impossível não ficar rendido à mestria do autor em ligar tudo de forma tão natural e credível.
Os crimes em questão são descritos de uma forma que choca o leitor. Não estamos lá a ver o que se passou, mas é impossível não sentir arrepios e até aversão com algumas das descrições. Nestes casos, o ponto que sempre me causa maior intriga é a motivação do assassino ou assassinos. Devo dizer que nesta obra esse factor está muito bem conseguido.
Quando estou a ler este tipo de histórias, há algo que é inevitável fazer: tentar a tudo custo adivinhar quem cometeu o crime, como e porquê. Fico orgulhosa quando chego a estas conclusões antes do susposto, mas também fico com a sensação que o autor não se esforçou para esconder estes mistérios. Sobre O Homem das Castanhas, posso dizer-vos: não estive nem lá perto! Fiquei muito surpreendida com as revelações. O autor teve a excelente capacidade de nos fazer sempre olhar para outro lado enquanto escondia a verdade. No final, tudo é exposto de uma forma chocante e sem perder a coerência e força da história. Aplaudo esta capacidade.
O Homem das Castanhas revela-se um livro que se destaca dentro do seu género. Com um ambiente negro, personagens reais, uma história bem construída, crimes arrepiantes e reviravoltas impressionantes, esta obra tem tudo para agarrar o leitor da primeira à última página.
Sinopse:
A jovem e ambiciosa detective Naia Thulin é designada para desvendar o caso. Com o seu colega Mark Hess, um investigador que acabou de ser expulso da Europol, descobrem uma misteriosa prova sobre “o homem das castanhas”, nome com que os media baptizaram o assassino. Existem evidências que o ligam a uma menina que desapareceu um ano antes e foi dada como morta: a filha da ministra Rosa Hartung. Mas o homem que confessou o assassínio da menina, um jovem que sofre de uma doença mental, já está atrás das grades e o caso há muito tempo fechado.
Quando uma segunda mulher é encontrada morta e, junto dela, mais um boneco de castanhas, Thulin e Hess suspeitam de que possa haver uma ligação entre o caso Hartung e as mulheres assassinadas. Mas qual é a relação entre as duas mortes?
Thulin e Hess entram numa corrida contra o tempo. O assassino tem uma missão# e está longe de a terminar.