Annie Ernaux, de 82 anos, é a vencedora do Prémio Nobel da Literatura 2022.
A escritora francesa é considerada uma pioneira na autoficção, um género literário que se aproxima de uma autobiografia romanceada. Os seus livros contam histórias autobiográficas que refletem, simultaneamente, sobre o contexto social em que foram escritos.
No anúncio da decisão, a Academia Sueca citou uma das mais famosas autodefinições de Ernaux, que costuma dizer que, em vez de uma autora de ficção, é uma “etnóloga de si mesma”, celebrando a sua capacidade de misturar experiências pessoais e coletivas. A organização responsável pela honraria louvou a “coragem e acuidade clínica com que descortina as raízes, os estranhamentos e constrangimentos coletivos da memória pessoal”.
Já Anders Olsson, presidente do Comité do Nobel, diz que Ernaux, “examina uma vida marcada por fortes disparidades em relação a género, linguagem e classe social de forma consistente e de diferentes ângulos no seu trabalho”.
BREAKING NEWS:
— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 6, 2022
The 2022 #NobelPrize in Literature is awarded to the French author Annie Ernaux “for the courage and clinical acuity with which she uncovers the roots, estrangements and collective restraints of personal memory.” pic.twitter.com/D9yAvki1LL
Em declarações a um canal de televisão sueco, a romancista diz sentir-se “muito honrada” com a distinção, acrescentando também que se trata de uma “grande responsabilidade”.
Annie Ernaux nasceu na Normandia em 1940 e é, atualmente, uma das vozes literárias mais aclamadas de França. Uma das favoritas à vitória do galardão maior da literatura mundial, tornou-se a 16.ª autora francesa a ganhar um Nobel até à data. Além disso, é a 17.ª mulher a receber o Nobel da Literatura.